É normal que cada vez se verifique menos dadores de sangue

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Imagem ADASCA.
Comercio 780

Hoje já não se comemora um pouco por todo o lado o Dia Mundial do Dador de Sangue, à semelhança do que acontecia no passado recente. Nem sequer o Dia Nacional do Dador a 27 de Março.

Joaquim Carlos *

O modelo que foi introduzido só contribuiu para a distanciação dos dadores, e por sua vez da maioria das associações. Os responsáveis andam por ai a dar palmadinhas nas costas dos dadores, apertos de mãos, fingindo que estão do seu lado, enganando-os e servindo-se deles para atingir objectivos pessoais.

O cinismo, as traições, as inimizades, as difamações, os ataques e ameaças entre dirigentes associativos passaram a ser o pão-nosso de cada dia. O senhor Presidente do Conselho Directivo tem conhecimento do que se seta a passar. De concreto o que tem feito para limpar o terreno?

Pronuncio-me na qualidade dador de sangue e de fundador da Associação de Dadores de Sangue do Concelho de Aveiro – ADASCA (ainda em funções, cuja opinião não veicula a dos meus colegas dos órgãos sociais que vai a votos amanhã junto da Sede da ADASCA).

É normal que cada vez se verifique menos dadores nos locais de colheitas. A culpa não é dos próprios, nem de algumas associações, sim, pela forma como são tratados no Serviço Nacional de Saúde – SNS, sem que o IPST e seus Centros Regionais fiquem isentos de responsabilidades. Os dadores passaram a ser considerados como elementos de custo/beneficio, o que tem motivado o cancelamento de brigadas e não ao agendamento de outras, pelo menos é o que tem acontecido em relação à ADASCA.

Como se justifica a existência de duas federações de dadores com a agravante de serem financiadas pelo ISPT? Só alimentam o divisionismo associativo, e a razão de ser dos ataques que me referi acima.

Quanto à mensagem dirigida aos dadores, estamos perante uma mensagem prudente, conscienciosa, dando a entender que está tudo bem, quando não está. O IPST optou por marginalizar a associação de Aveiro, quando nem sequer responde aos e-mails que lhe são enviados, contendo questões como estas que se seguem:

Exma. Sra. Dra. Isabel Lobo

Directora do CST de Coimbra

Considerando que, a ADASCA tem sido confrontada com algumas dificuldades em agendar mais brigadas, a pedido de algumas empresas, vimos procurar saber junto de V. Exa. o seguinte:

– Justifica-se ou não agendar mais brigadas, mesmo que estas possam reunir jovens candidatos à dádiva de sangue pela primeira vez, e que trabalham nas empresas que nos têm contactado?

– Confirma-se ou não a necessidade de aumentar as reservas de sangue, com a chegada do Verão vs. Férias grandes?

– Por fim, amanhã vamos reunir com uma direcção de recursos humanos de determinada empresa, que emprega umas dezenas de funcionários, que garantias podemos dar para realizar uma brigada?

Face ao exposto, estamos atentos ao que vai ser dito aos dadores de sangue no âmbito da comemoração do Dia Mundial do Dador de Sangue.

Esperamos que dê certo com o que acontece no terreno, mais não seja na área de Aveiro, por onde as coisas andam mal…

Em nome da Direcção da ADASCA aceite os meus cumprimentos,

* Presidente da ADASCA.

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