Covid-19 causa forte abalo nos setores movidos pelo turismo

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Canal central, Aveiro.
Comercio 780

O turismo, que tem sido nos últimos anos o grande dinamizador da restauração e alojamento na cidade de Aveiro, está na primeira linha do impacto económico da pandemia do coronavírus Covid-19.

Os principais players, alguma hotelaria à parte, na maioria deles alavancados nos passeios de barcos tradicionais pelos canais urbanos, não estão imunes, bem pelo contrário.

Em poucos dias, os visitantes ocasionais passaram a escassear e as desmarcações para serviços organizados tornaram-se uma constante. A previsão de uma recuperação muito lenta do choque sanitário fez acender as luzes de alarme.

“Desde o inicio de março que todos os grupos – nacionais, escolares e estrangeiros – cancelaram ou estão a cancelar as reservas e não entra nenhuma”, afirmou Virgílio Porto, um dos principais empresários locais do setor turístico que começou nos circuítos ‘marítimo-turísticos’ e hoje tem uma panóplia alargada de atividades.

Sem trabalho para manter todos os colaboradores

A quebra real de facturação dos visitantes que chegam habitualmente atraídos pelo passeio de moliceiro já estava “a metade” do que seria expetável, com consequências no leque de outras ofertas associadas (lojas, restauração, passeios citadinos, etc.).

As ‘nuvens cinzentas’ chegaram poucos meses depois dos operadores ‘marítimo-turístico’ terem arrematado as concessões muito acima dos valores base, a pensar em mais um ano ‘em cheio’ que, é quase certo, não passará de uma miragem.

Espera-se da edilidade, por isso, uma palavra na hora de cobrar o que falta, até ao final do ano. “Para já, mantém o absoluto silêncio”, lamentou Virgílio Porto, um dos que pagou mais pelos cais para ter licenças de embarcações e circuitos turísticos (tuk tuk, comboios turísticos).

“O Turismo de Portugal tem como cenário mais pessimista a perda do ano de 2020. As ajudas anunciadas até ao momento por parte do Governo são, na pratica, só empréstimos que tem que ser pago em algum momento”, referiu o gestor que pondera por estes dias uma restruturação forçada, incluindo eventuais dispensas entre os 45 colaboradores que tem ao serviço. “Nós, os privados, que alimentamos as ‘máquinas’, temos que continuar a pagar tudo, pelo que não nos resta outra opção que não seja reduzir a estrutura”, admitiu Virgílio Porto.

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