Aveiro: Câmara ‘acelera’ obra para reforçar defesa da baixa da cidade de subidas das marés

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Canal de São Roque, Aveiro (foto partilhada por Irina Torrão).

As marés vivas de setembro voltaram a subir o nível das águas na cidade de Aveiro, na zona da antiga lota, este ano com uma amplitude maior, tendo chegado, também, a algumas ruas do Beira Mar que já não conheciam cheias há muito. As eclusas evitaram o pior, mas ficou demonstrado que é necessário aumentar as cotas. A Câmara vai colocar a obra de reforço, que já estava prevista, no rol das intervenções a dar prioridade.

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O assunto não passou ao lado das intervenções de alguns deputados na Assembleia Municipal, que esteve reunida, esta sexta-feira, em sessão descentralizada na freguesia de São Bernardo.

João Moniz, do Bloco de Esquerda, pediu que a inundação seja levada a sério como aviso e “obrigar” à tomada de medidas “a olhar para o longo prazo” acautelando as alterações climática e a subida das águas, considerando inadequado o plano que está a ser desenvolvido para urbanizar a antiga zona com “habitação e infraestruturas pesadas”, sendo recomendável, na sua ótica, “outro uso, compatível com o património ambiental” da zona.

Ernesto Barros, do CDS, sublinhou “o bom funcionamento” das eclusas para evitar inundações maiores. Segundo o deputado, a água entrou mas por rombos em redor da zona da lota e de alguns canais. Ainda assim, admitiu ser necessário reforçar as proteções, esperando que seja acautelado quando o projeto de urbanização da antiga lota avançar. Ernestro Barros considerou “demagógico” falar de riscos de inundação do novo estacionamento do Rossio, questionando a Câmara sobre as conclusões de um estudo encomendado ao professor Carmona Rodrigues sobre os níveis das águas nos canais urbanos da Ria de Aveiro.

Na resposta aos deputados, o presidente da Câmara começou por informar que o estudo sobre o risco de cheias e inundações “está praticamente terminado”, seguindo-se a apresentação das conclusões. Sobre as marés vivas dos últimos dias, lembrou que atingiu picos históricos (a mais alta foi de 3.9 metros), admitindo que os danos poderiam ser graves se fosse conjugado com chuva intensa, ventos e aumento de caudais.

A “vantagem” da ocorrência foi permitir aos técnicos recolher dados em tempo real, verificando o funcionamento nos limites das eclusas, que vão ser úteis para intervenções necessárias, como o reforço das comportas, mais imediato, ou a construção de um enrocamento na antiga lota semelhante ao erguida na marginal do Cais do Sal, que se demonstrou capaz de suster as marés vivas. “A questão não é a lota”, ressalvou Ribau Esteves, “mas as zonas baixas da cidade, a lota é o problema mais fácil de resolver, é preciso dinheiro”.

Discurso direto

“A lota não é o nosso problema, é o bairro da Beira Mar. Se tudo acontecesse em pleno Rossio, temos lá uma grande cisterna, que nunca queremos utilizar obviamente” – Ribau Esteves, presidente da Câmara (declarações abaixo).

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