Aveiro: “Erros” e pedidos de “correções” na ‘obra da Avenida’ minimizados por Ribau Esteves

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Avenida Lourenço Peixinho, Aveiro.
Comercio 780

As obras em curso na Avenida Lourenço Peixinho e no Rossio (requalificação do jardim e construção de parque de estacionamento) motivaram reparos na última Assembleia Municipal de Aveiro. O presidente da autarquia “tomou nota”, mas relativizou as queixas e recusou retomar discussões em torno de opções tomadas nos projetos, uma vez que foram largamente sufragados pelos aveirenses.

Sobre a ‘renovada’ avenida, João Almeida, eleito do PAN, disse que “foi uma oportunidade perdida” para incluir uma ciclovia dedicada, uma vez que os ciclistas são levados a recorrer à faixa BUS (autocarros), notando que permanecem por resolver problemas antigos. Exemplificou com o regresso do “estacionamento em segunda fila, como seria de esperar”, no troço já reaberto. Ainda do PAN, Marta Dutra, mostrou-se preocupada com a opção pelo Rossio para estacionamento, “canalizando para o centro” automóveis que poderiam ser desviados para parques periféricos. Aproveitou, também, para “lamentar” que não haja preocupação em compensar árvores alvo de abates. “A Avenida é, neste momento, um deserto de cimento”, criticou.

Ernesto Barros, do CDS, também levou à assembleia um conjunto de “correções” que considera ser necessário fazer na Avenida, “caso a Câmara ache por bem”. O corredor BUS, exemplificou, “tem estrangulamentos nas rotundas” que colocam os autocarros na faixa das viaturas. Numa recente avaria de um deles, a via ficou “tapada” ao trânsito. A “sugestão” deixada pelo eleito é “fazer um corredor BUS sem inflexão para automóveis, direto até à estação, diminuindo os jardins “um pouco”. Sobre os pilaretes, notou que “estão a ficar torcidos pelos encostos dos carros” e alguns foram retirados para acessos “e não voltaram ao lugar”. Já quanto às passadeiras, disse que estão “muito junto” às rotundas, o que causa maior interferência entre peões e automobilistas se fossem numa zona mais interior. Pela positiva, notou “um incremento extraordinário” de negócios, com os “comerciantes extremamente satisfeitos” e o aparecimento de “várias lojas âncora”.

Já sobre as obras do Rossio, Ernesto Barros referiu que “estão a andar francamente bem”, considerando que as alterações no trânsito nas ruas circundantes não deveriam ter sido feitas na Semana Santa, por criarem “grande confusão”. Como agravante, alertou, os desvios foram para acessos de pavimento muito degradado.

PS dá conta de prejuízos de comerciantes da Avenida e questiona contentores de lixo à superfície

Ana Seiça Neves, do PS, não comungou da opinião positiva do deputado do CDS sobre o impacto da requalificação da Avenida. “Os comerciantes da Avenida não estão nada satisfeitos, imensas lojas fecham dias seguidos a zero, as obras demoram mais tempo, a Câmara devia ter algum incentivo e algumas fecharam. Não é bom”, declarou.

Da mesma bancada, Pedro Pires da Rosa, subscreveu alguns reparos ouvidos sobre a Avenida. “Não é só a faixa do autocarro, é a rotunda inimaginável na Oudinot, que atrapalha o trânsito. Não vai funcionar e será preciso polícia sinaleiro”, ironizou. Sem querer retomar a fundo a discussão “já feita” dos projetos da Avenida e do Rossio, o eleito socialista entende, contudo, que a Câmara deve tomar boa nota de “algumas questões que podem ser corrigidas a tempo” e, assim, “minorar” os problemas que já deveriam ter sido acauteladas não fosse a resistência da própria maioria. Pedro Pires da Rosa criticou a instalação de contentores à superfície de recolha de resíduos urbanos para servir moradores e comerciantes. “Não acredito que sejam a solução final”, estranhou. “Um erro” é, também, na opinião do deputado, “a via mista” para BUS e bicicletas, reclamando um “plano de mobilidade” para acautelar futuramente a circulação ciclável.

BE insiste na falta de transportes para Aveiro Sul

João Moniz, do BE, retomou queixas dos transportes públicos a pretexto da recente promoção da AveiroBus que levou o presidente da Câmara a dar o exemplo num vídeo promocional. “Gostámos de ver a campanha. Não gostamos é da atuação do executivo, com a degradação acentuada do serviço prestado. Ir e vir de Nariz às 11:00 da noite hoje já não é possível. Depois da seis ou da sete da tarde, já não há autocarros para Nariz”, exemplificou, estranhando que o operador ainda beneficie de “sucessivas borlas”, identificadas como apoios financeiros da autarquia e da Comunidade Intermunicipal.

‘Nova ‘Avenida vai reduzir trânsito no centro da cidade, garante presidente da Câmara

Nas respostas, começando sobre a Avenida, o edil avisou que não iria “perder um minuto” sobre os reparos ouvidos na Assembleia, de que tomou “boa nota”, lembrando que a intervenção em causa, assim como o Rossio, foram sufragados largamente pelas eleições.

Limitou-se a considerar normal existirem comerciantes descontentes, assim como oposição ao local escolhido dos contentores de lixo. Ribau Esteves mantém-se convicto que a ‘nova’ Avenida vai trazer mais moradores e retirar tráfego, sendo, este último, um dos objetivos do projeto.

Quanto aos transportes públicos, lembrou mudanças em perspetiva para melhorar o serviço, mas não se prevê ligações às 23:00 para servir Nariz, a povoação mais a sul do concelho.

“Não vou perder um minuto com as questões da Avenida” – Ribau Esteves (declarações em vídeo abaixo).

Transportes noturnos em Nariz: “Temos gente amiga que dá boleia” – Ribau Esteves (declarações em vídeo abaixo).

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