As alterações climáticas e a pobreza

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Alterações climáticas.
Comercio 780

No passado dia 3 de junho foi levado a efeito, pelo movimento Fórum Cidadania de Aveiro uma tertúlia, que teve como principal finalidade refletir sobre o impacto das alterações climáticas na pobreza em Portugal e no mundo. Pensou-se ainda sobre as profissões que irão desparecer, a breve e a longo prazo, como consequência da alteração do mundo do trabalho. Os oradores convidados, Professor Doutor Carlos Borrego e Professora Doutora Marlene Amorim, de uma forma simples, acessível e simultaneamente magistral, desafiaram os presentes a pensar sobre as questões sociais que já estão a despontar e que surgirão no futuro, fruto das revoluções que estamos a viver.

Por Beatriz Tomé Dias dos Reis *

O Professor Carlos Borrego exortou-nos a pensar criticamente sobre o modo como podemos proteger o nosso planeta (que é afinal a nossa casa), assumindo gestos simples mas que se forem uma prática de todos, terão grande projeção no nosso planeta. Temos apenas duas estações do ano, tendo-se dissipado a existência de estações do ano mais temperadas, a primavera e o outono. Ou faz chuva (muitas vezes torrencial) e frio, ou então, calor e seca extrema. A subida da temperatura é uma realidade que não podemos escamotear. Está aí. Não se trata já de alguns cientistas pessimistas que auguram o pior, mas um facto incontestável. E o mar, essa riqueza imensa e fantástica que nos alimenta (o corpo e a alma), cujas águas vão subir consideravelmente em poucos anos, se nada fizermos…

O aumento exponencial do consumo de energia é mais um facto incontestável. O crescimento da população mundial foi assombroso nas últimas décadas, o que leva a colocar em causa a sustentabilidade do planeta. Há que tomar medidas preventivas, com a máxima urgência, de modo a possibilitar que a nossa casa continue a albergar as gerações vindouras, com o mesmo conforto que nos foi cedido.

As alterações climáticas têm influência nos preços dos alimentos, da energia, da água potável… enfim, nas condições de vida das populações. Tem-se constatado uma subida generalizada dos preços dos alimentos, a par de um desperdício sem par. Agravam-se as desigualdades sociais. Uns têm muito; outros, pouco ou muito pouco… Não proteger o nosso planeta, na senda da promoção da sua saúde, que é também a nossa, deixa-nos, a todos, mais pobres.

Para que se tomem medidas de prevenção primária, urge educar a população, difundindo uma consciência ecológica, em linha com a ética do cuidado. Importa envolver as escolas neste desígnio, que é de todos, de modo a ensinar/educar os mais novos, para a salvaguarda do nosso planeta. Não esqueçamos que políticas como a dos RRR deram os seus frutos no nosso país e no mundo, que começou pelos mais novos que, por sua vez, implicaram os seus pais e avós. Não podemos falar de um sucesso absoluto, mas constata-se realmente uma mudança de mentalidades e de práticas no manuseamento do lixo pelas famílias. Verifica-se que só através do envolvimento comprometido dos nossos jovens será possível esta missão maior, que a todos compete. Ensinar para a poupança dos recursos naturais, que não são inesgotáveis, para uma conduta responsável, mitigando a pegada ambiental, é o desígnio que se impõe.

Compreender que a saúde do planeta tem um impacto direto na nossa própria saúde, pode ser a chave para o sucesso da iniciativa. Que consigamos, em comunidade, prevenir e proteger a nossa casa!

* Professora do ensino secundário e membro do Fórum Cidadania de Aveiro.

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