Acusado de roubar com arma branca garante que foi vítima

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Tribunal de Aveiro.
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Um indivíduo de 23 anos, que está acusado de roubo e ofensas à integridade física qualificada, apresentou-se no início do julgamento, esta manhã no Tribunal de Aveiro, como vítima, negando os factos imputados.

O arguido, atualmente desempregado, que reside na Gafanha da Nazaré, Ílhavo, responde por um assalto violento ocorrido em julho de 2018.

Segundo a acusação, perto da meia noite, ao passar no parque Infante D. Pedro, abeirou-se de quatro jovens que estavam sentados numa mesa de pedra a jogar Pokemon, empunhando na direção dos mesmos uma navalha numa mão e uma faca na outra, exigindo a entrega de dinheiro, “senão iam ver sangue”.

Os ofendidos tiveram medo e inicialmente não ofereceram resistência. Ainda assim, o arguido encostou a lâmina no pescoço de um dos jovens, de quem recebeu a carteira, retirando 20 euros.

Como os restantes afirmavam não ter dinheiro, afastou-se. Acabaria, no entanto, por ser perseguido e manietado no chão. Durante a confusão, golpeou um rapaz na testa e lábio, ferimentos que obrigaram a assistência hospitalar.

Seria identificado apenas no final do ano por um dos ofendidos que o encontrou causalmente num restaurante a trabalhar, informando a PSP.

A versão do arguido apresentada em tribunal foi diferente, garantindo que foi roubado pelos quatro rapazes e defendeu-se.

“Ia a caminho de Santiago, perguntaram-me se tinha isqueiro. O mais alto disse para eu deixar o tabaco também, levantou-se e tinha uma faca. Comecei a fugir e puxei de uma navalha. Apanharam-me e tentei defender-me, cortei o mais alto na defesa. Bateram-me quando estava no chão”, relatou, justificando não ter apresentado queixa na polícia “porque fiquei com medo” das consequência da agressão. Questionado sobre os 20 euros, garantiu que tinha dinheiro na sua posse.

O tribunal ouviu no arranque da audiência o ofendido esfaqueado que reencontrou e reconheceu o arguido. As declarações prestadas estiveram genericamente em linha com a acusação do Ministério Público (MP).

“Corremos atrás dele, fui atingido. Tirámos o dinheiro e a faca, eu fiquei com a navalha na mão. Depois ele fugiu”, relatou.

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