Acusado de burlas pela Internet em silêncio no tribunal

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Comércio online.

Um homem remeteu-se ao silêncio no início do julgamento por burlas em vendas através da Internet, esta manhã, no Tribunal de Aveiro.

Os dois outros arguidos, um homem e uma mulher, filho e mãe, faltaram à audiência, sem dar qualquer justificação.

O acusado presente, de 23 anos, ajudante de padaria, residente na zona do Porto, encontra-se atualmente detido por outras burlas.

As vendas fictícias agora em julgamento eram consumadas pelos dois indivíduos através de anúncios na rede social Facebook, usando perfis falsos a promover venda de artigos diversos, tais como sapatilhas, telemóveis, computadores e assessórios.

Os interessados que contactavam os arguidos eram instruídos a pagar quantias através de transferência para uma conta bancária da mãe de um dos arguidos, mas nunca chegaram a receber a mercadoria.

O processo em causa diz respeito a oito crimes de burla qualificada com outros tantos ofendidos durante 2016 vários locais do continente e Madeira, causando um prejuízo de cerca de 1850 euros.

A audiência prosseguiu com depoimentos de testemunhas, nomeadamente pessoas lesadas, ouvidas por videoconferência.

Uma professora, que não pediu indemnização no processo, disse desconhecer os arguidos, adiantando que apenas trocou mensagens com os supostos vendedores através do Facebook. “Foram os meus filhos que me vieram pedir para comprar dois telemóveis. Contactei por messenger a pessoa, dizia que a loja era num centro comercial de Faro e que entregava os equipamentos na morada”, relatou, dando conta que fez a transferência de 320 euros para a conta de uma senhora, que lhe foi dito que era esposa da pessoa contactada.

Como o prazo de entrega não foi respeitado, foi dito à lesada que havia um atraso. Mas passadas duas semanas, a compradora viu o acesso ao perfil bloqueado pelos presumíveis autores da burla.

Os jovens são acusados de quererem ganhar dinheiro através de perfis falsos onde vendiam artigos “sem nunca terem tido a intenção de entregar os objetos, que não tinham, aproveitando o anonimato, como se fosse negócios legítimos”.

A conta usada para as burlas, em nome da mãe de um dos arguidos, registou diversas outras transferências, de várias centenas de euros, que se presume terem resultado de transferências de lesados, mas que não figuram neste caso em julgamento.

O arguido detido está em prisão preventiva desde junho de 2017 à ordem de outro processo pelo acusado de 55 crimes de burla qualificada, tendo um historial pelo mesmo tipo de ilícito em 16 processos.

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