50 Anos do 25 de Abril: Abril é Futuro!

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Montagem de imagens do 25 de abril / Fonte: http://acores-quiosques-turismo-artazores.blogspot.com/2013/04/dia-25-e-abil-dia-da-liberdade.html
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50 anos. Que idade bonita. Que idade tão jovem. A nossa Revolução parece ter acontecido há uma eternidade, mas ainda é uma jovem. No tempo, a nossa Democracia é muito recente.

Por Nuno Alexandre *

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25 de Abril de 1974. O dia de todos os sonhos. O dia de todas as liberdades. O dia do Golpe que derrubou a ditadura mais longa da Europa e devolveu a dignidade e a liberdade ao povo português. Foi o dia do Golpe que pôs fim a um fascismo de sacristia, à tirania, ao colonialismo, à censura, à repressão, à tortura e à perseguição.

A palavra ABRIL tem vários significados. É Aliança Povo-MFA, é Eleições Livres, é Fim da Guerra, é PAZ, é Independência, é Emancipação, é Escola Pública, é Estado Social, é Feminismo, é abertura de Portugal ao Mundo, é Desenvolvimento, é Igualdade e Equidade, é Progresso, é Justiça, é Direito ao trabalho e ao trabalho com direitos e muito mais. Abril é REVOLUÇÃO! A Revolução foi o que se seguiu ao golpe que pôs termo ao regime fascista. A Revolução foi o povo na rua a decidir os seus destinos, a construir a Democracia e a descobrir-se a si próprio. Foi a ocupação das fábricas e dos campos, foram as Mulheres a sair à rua de cabeça erguida e punho cerrado, foi a conquista de direitos laborais e sociais e de muitas liberdades. Avançámos tanto. Fizemos tanto. E ainda temos outro tanto para fazer.

O bafio conservador e fascista nunca se dissipou totalmente. Sempre andou por aí à solta, e hoje faz-se sentir cada vez mais na nossa sociedade. Passaram 50 anos da Revolução e já temos uma extrema-direita em peso no parlamento. Para além disso, temos hoje uma direita tradicional altamente radicalizada. A direita que em tempos foi de centro e moderada e que ajudou a fundar e a consolidar a Democracia, desapareceu. Hoje essa direita estende a passadeira vermelha e normaliza a extrema-direita de quem está, aliás, refém. Se isto ter acontecido é péssimo?

É. Se isto é sinal de que todos falhámos? Também. A extrema-direita somou um milhão de votos nas últimas eleições. É perigoso? Óbvio. E naquele um milhão todos eles são fascistas e racistas? Não, não creio nisso! Não há um milhão de fachos em Portugal. Arrisco-me a dizer que uma estrondosa maioria daquele milhão são apenas pessoas que estão zangadas com o sistema e que não se sentem ouvidas. Pessoas que se sentem desamparadas e que não veem a sua vida a sair da cepa torta. Uma grande parte das pessoas que confiaram o seu voto na extrema-direita não se revê na agenda discriminatória e anti-democrática daquele partido. Usaram o voto para soltarem um grito de revolta e para se sentirem ouvidas.

Então e de quem é a culpa? A culpa é de todos nós! Não é só dos que governaram o país nos últimos anos, é mesmo de todos nós que deixámos chegar isto a este ponto! É nossa obrigação fazermos uma reflexão para percebermos onde foi que falhámos e pedirmos desculpa. Temos de voltar a reconquistar a confiança daquelas pessoas que estão desiludidas e que apenas querem sentir-se ouvidas e querem ver resposta aos seus anseios e problemas. Temos de resgatar essas pessoas das garras da extrema-direita que apenas tem intenção de semear o ódio, a confusão, a mentira e o circo para dividir a população e crescer à conta disso. A extrema-direita não é solução, é sim uma ameaça à Democracia e às liberdades de cada um de nós. É sobretudo uma ameaça às minorias e aos mais frágeis e vulneráveis da sociedade. Este perigo tem aumentado um pouco por todo o mundo, principalmente na Europa. É um perigo que, tal como foi combatido no passado, hoje tem de ser igualmente combatido! Eles pensam que já passaram e venceram… Eles que se desenganem! O Povo de Abril é muito mais forte e voltará a fazer o que for preciso para preservar e defender os valores da Revolução e a

Democracia de Abril. Somos herdeiros da Revolução e temos obrigação de a proteger e continuar. Sim, continuar! O 25 de Abril não está acabado. O 25 de Abril não faz parte só do passado. Faz parte do Presente e do Futuro de cada um de nós. Em cada medida progressista, em cada conquista e em cada avanço estamos a concretizar o 25 de Abril. Não percamos nunca a esperança! Historicamente sempre fomos um povo e um país iletrado e sonhador. Sempre quisemos o impossível. Mesmo nos tempos em que nos quiseram impedir de sonhar, nós conseguimos transformar o sonho em vida! Não percamos a esperança! Como já disse em cima, ainda temos um longo caminho para percorrer. Bora lá fazer esse caminho! Bora lá defender o 25 de Abril e derrotar quem o quer destruir e apagar! Inspiremo-nos nas muitas Mulheres e Homens que antes do 25 de Abril usaram a sua força para lutar contra quem as perseguia e as queria calar. Que essas pessoas heroicas nos sirvam sempre como exemplo de luta e de coragem!

O 25 de Abril foi a Revolução feita em nome de todos! Foi o dia mais bonito de Portugal! A Coragem e ousadia dos Capitães de Abril que abriram as portas da Revolução e a luta antifascista feita por milhares de homens e mulheres fizeram-nos rumar à Democracia e à Liberdade! A minha Homenagem e o meu profundo e sincero agradecimento vão para todos e todas essas milhares de Mulheres e Homens. Agradeço a todas essas pessoas muitas das vezes esquecidas e maltratadas. Obrigado por me terem dado a oportunidade a mim e a outros tantos jovens de nascer e crescer num outro país. Nasci e cresci num país livre, democrático e aberto ao mundo! É assim que queremos Portugal. Queremos um país Livre, Democrático, Aberto à Europa e ao Mundo, Solidário, Justo e Acolhedor! Queremos um país que seja fiel à sua constituição, a lei das leis que consagra todas as conquistas da nossa Revolução, e que mesmo já tendo sofrido alterações continua a ser a mais bela e a mais progressista da Europa e do Mundo! Se ela fosse cumprida por quem a jura defender, cumprir e fazer cumprir todos estaríamos certamente melhor! Queremos o Portugal de Abril! Porque Abril é Futuro!

Viva o 25 de Abril!
Viva Portugal!

* Estudante de História na FLUC, Aveiro.

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