Aveiro / Mobilidade suave: MUBi pede medidas mais ambiciosas

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A MUBi – Associação pela Mobilidade Urbana em Bicicleta mostra-se satisfeita com “o fecho do Rossio e Bairro da Beira Mar ao trânsito automóvel” durante fins de semana e feriados do verão, como foi anunciado pela Câmara de Aveiro, “mas lamenta falta de ambição da medida”.

“É, sem dúvida, uma passo no sentido certo. Um processo que numerosas cidades encetaram há décadas, e que reconhecidamente só as veio valorizar e à qualidade de vida de quem nelas habita, trabalha, estuda e visita”, refere um comunicado da secção local, esperando que “numa cidade e município com exíguos e muitas vezes mal tratados espaços pedonais, a medida seja urgentemente estendida e tornada permanente”.

Atendendo ao momento de crise sanitária, social e económica, “que se estenderá por um tempo indefinido”, a MUBi considera que “a medida peca pela falta de ambição e por não ser implementada onde mais é necessária”, pois deveria no entender da associação chegar aos “locais onde existe maior confluência de pessoas e passeios com larguras que não permitem o necessário distanciamento físico.”

A associação lembra que propôs à edilidade, logo a seguir ao início do levantamento das primeiras medidas de confinamento, “entre várias outras acções, e com carácter de particular urgência, o fecho da Rua João Mendonça ao tráfego automóvel e o alargamento de passeios na Av. Dr. Lourenço Pexinho através da supressão de uma via de trânsito em cada sentido.”

A MUBi informa que questionou a Câmara sobre “outras restrições à circulação automóvel” previstas “no breve prazo, e em particular antes do início das aulas em Setembro, implementadas para apoio e estímulo aos modos activos de deslocação.”

“Os modos activos de transporte não se promovem só aos fins de semana, nem a generalidade das pessoas tem no dia-a-dia necessidades de mobilidade às voltas dentro de um espaço como aquele em questão”, refere a associação, considerando “fundamental serem garantidas as condições de segurança, conforto e conveniência, com percursos coerentes, contínuos e directos, com prioridade aos principais eixos de deslocações, e servindo as necessidades quotidianas e pendulares de deslocações, para quem anda a pé e de bicicleta”, de forma a “promover estes modos saudáveis, económicos e ambientalmente sustentáveis, em alternativa ao uso do automóvel individual”.

O exemplo de Lisboa

“A título de exemplo, e respeitante apenas a infraestruturas para a mobilidade em bicicleta, Lisboa anunciou a criação de 30 km de novas ciclovias até Setembro, mais 20 km até ao final do ano e outros 25 km no primeiro trimestre de 2021; o Porto 35 km de novas ciclovias até ao final de 2020; e Leiria novos 21 km dentro de um prazo de um ano. Contamos que por parte do Executivo Camarário de Aveiro haja a coragem e a visão política de acompanhar o resto do mundo e que Aveiro não fique, mais uma vez, e neste período crítico, para trás nestas matérias” – MUBi

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