Universidades como interface para o empreendedorismo

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Ao longo dos últimos anos, as Instituições de Ensino Superior (IES) têm vindo a apostar na promoção do espírito empreendedor e no apoio à criação de novas startups. Esta aposta tem sido materializada através da dinamização de um conjunto de iniciativas de sensibilização e capacitação dos potenciais empreendedores, bem como de um acompanhamento e mentoria constantes a quem se encontra na fase inicial de validação e implementação de uma ideia de negócio.

Por Marta Marques *

Muito deste trabalho é realizado individualmente, por cada uma das universidades, mas temos vindo unir esforços, no sentido de se promover, não só uma investigação cada vez mais orientada para as necessidades da sociedade e do mercado, mas também o reconhecimento da importância da criação de novas empresas que, baseadas em conhecimento e tecnologias geradas no seio das Universidades, possam também responder aos desafios sociais e societais.

Este trabalho conjunto entre IES e, especialmente entre os Gabinetes de Transferência de Tecnologia e de Promoção do Empreendedorismo, tem já largos anos, sendo de destacar os projetos GAPI e, mais recentemente o projeto NOE – Noroeste Empreendedor (financiado também pelo COMPETE, através do FEDER) que, aquando da sua candidatura, já referia o interesse de se alargar a rede (na altura englobava apenas as Universidades de Aveiro e Porto e a TecMinho) às restantes Universidades do país, com o objetivo de endogeneizar as atividades de promoção da criação de novas startups de base cientifica e tecnológica.

O projeto NOE permitiu a elaboração do Observatório do Empreendedorismo, estudo que concluiu que o esforço feito pelas IES neste âmbito é já reconhecido pelos empreendedores que consideraram relevante, ou muito relevante, os vários tipos de iniciativas de promoção do empreendedorismo e de transferência de tecnologia, promovidas pelas Universidades.

É ainda de referir que o reconhecimento da importância da cooperação com as Entidades do Sistema Científico e Tecnológico por parte das empresas, tem permitido uma mudança cultural benéfica para a criação e implementação de empresas tecnológicas, como a maioria das startups.

Âmbito

O projeto UI-CAN tem como propósito promover o espírito empreendedor, mobilizando o conhecimento universitário para a criação de novas empresas que respondam aos desafios sociais e societais, alinhando-se com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). O projeto contempla a dinamização de um vasto leque de iniciativas agrupadas por quatro atividades principais: Ignição, Aceleração, Ligação e Transformação.

Atividades:

> Ao nível da Atividade “Ignição”, os parceiros do consórcio encontram-se a dinamizar eventos de sensibilização e capacitação, com vista a estimular os potenciais empreendedores a avançarem com as suas ideias de negócio, garantindo ainda um acompanhamento personalizado e periódico às equipas, por forma a definir e validar os seus modelos de negócio. Esta atividade contempla ainda a realização de concursos de ideia, com o intuito de premiar e disseminar os melhores projetos.

> A atividade “Aceleração”, e tal como o nome indica, pretende promover o crescimento e aceleração dos projetos empreendedores, através da realização de programas de aceleração, encontros de networking (com mentores e especialistas internacionais), bem como a disponibilização de horas de consultoria em áreas fulcrais ao desenvolvimento do negócio.

> No âmbito da atividade “Ligação” será promovido o contacto com outras realidades e outros empreendedores, através da realização de visitas a ecossistemas empreendedores nacionais e internacionais. Serão ainda organizados dois grandes eventos para apresentação de casos de sucesso.

> A atividade “Transformação” pretende incorporar, nas diferentes formas de apoio dado ao empreendedorismo, as preocupações com os ODS, através da realização de ações de capacitação que implementem boas práticas no sistema empreendedor.

Com a realização destas atividades, o apoio dado ao projeto UI-CAN irá permitir sensibilizar e capacitar mais de mil empreendedores; acompanhar o desenvolvimento e implementação de mais de 150 projetos empreendedores e contribuir para a criação de mais de 70 empresas.

Oito meses após o início do projeto, são já vários os resultados alcançados, sendo de destacar a realização de mais de 15 ações de sensibilização online e presenciais; 2 programas de capacitação; 3 encontros de networking/mentores; 3 workshops de capacitação para os ODS, bem como a criação do website e das redes sociais do projeto.

* Coordenadora da UACOOPERA – Unidade Transversal para a Cooperação Universidade-Sociedade da Universidade de Aveiro. Artigo publicado originalmente no site Compete2020.

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