Turismo do Centro faz campanha “patriótica” para ajudar setor

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Canal Central, Aveiro.
Comercio 780

O presidente do Turismo Centro de Portugal (TCP) assumiu esta segunda-feira a “ousadia” da região em “querer iniciar um tempo novo, com responsabilidade, no que diz respeito à atividade turística”, depois de “um conjunto significativo de choques”, devido à situação pandémica que ‘abalou’ o setor, paralisando-o como nunca sucedera na história recente.

Pedro Machado falava em Aveiro durante a apresentação da campanha promocional do Centro de Portugal sob o mote “Chegou o tempo”, marcando a transição do confinamento total de dois meses para a reabertura gradual dos estabelecimentos de restauração e alojamento, sem descuidar de o fazer “com uma retoma responsável”. Um investimento de 283 mil euros, que irá ter visibilidade em vários meios até setembro, participada em 85 % por fundos europeus.

A aposta é feita numa campanha “motivadora, inspiradora” mas também assumidamente “patriota” – como se fez aquando dos grandes incêndios florestais em 2017 no Centro -, dirigida, essencialmente, para o mercado interno, que irá merecer quase toda a atenção promocional até agosto, tendo em conta as limitações ainda a vigorar no que toca à chegada de turistas do estrangeiro, por força da paragem dos voos internacionais. Em julho, arrancará uma campanha para o mercado espanhol.

“É o tempo dos portugueses ajudarem os portugueses”, vincou o presidente do TCP, aproveitando ainda para fazer “um apelo à cidadania” para que se cumpram as regras de segurança, exemplificando com as exigências a vigorar nos acessos às praias.

33,7 % dos hóteis da região contam reabrir até 15 junho. Alguns já retomaram a atividade, outros farão o mesmo até 1 de junho. Os que dependem mais dos mercados internacionais irão esperar mais algum tempo. Mais de 600 selos “Clean & Safe” do Turismo de Portugal, que garantem o cumprimentos de boas práticas sanitárias, foram já distribuídos por estabelecimentos do setor na região.

O TCP reabriu o atendimento público na sede, em Aveiro, esta segunda-feira. “Se as empresas estão a arriscar, nós também arriscamos, queremos estar juntos das empresas, com cuidados sanitários. A 1 de junho todos os postos de turismo estarão a funcionar”, anunciou Pedro Machado.

Sobre os apoios governamentais, o presidente da entidade regional de turismo insistiu que as medidas não podem “ser apenas crédito”, considerando que “para salvar empresas e empregos é preciso ir mais longe”, com uma ‘almofada’ na tesouraria das empresas, “pelo menos durante seis meses, entre março e agosto”.

A apresentação da campanha do TCP coincidiu com Dia Internacional dos Museus, tendo sido aceite “o desafio” da Câmara de Aveiro para ser o Museu de Santa Joana, o principal da cidade, a acolher o lançamento no dia em que reabriu as portas ao público.

Aveiro era um dos pólos turísticos da região com maior crescimento até ao início da pandemia e, consequentemente das cidades mais afetadas pela quebra. Ribau Esteves, presidente da edilidade local, deixou uma nota otimista, apesar de não esconder os obstáculos por ultrapassar. “Estas circunstâncias tornam-nos ainda mais determinadas para fazer o caminho das pedras. Nesta fase nova de desconfinamento, marcamos este momento com abraço especial ao TCP, que é pioneiro nesta campanha de reconquistar as pessoas”, referiu o edil.

“Uma fase em que nós próprios seremos turistas nas terras que habitamos, para tentar chegar o mais rápido possível aos patamares notáveis em que estávamos, mas vamos necessitar de tempo ara recomeçar em tantos aspetos para superar as dificuldades como esta”, disse ainda Ribau Esteves.

Discurso direto

“Espero que os preços não sejam atingidos, baixar os preços seria acabar com tudo. O TCP não tem papel regulador. Mas, sinceramente, não é a nossa visão, não é caminho. Terá ser o mercado a reagir, na certeza que o que temos é a incerteza. A partir de hoje, o tempo é de retoma, Começar a baixar preços seria a destruição do tecido económico, sabendo que há situações difíceis, de portugueses que perderam salário e provavelmente não terão capacidade. Muitos que fazem turismo no exterior podem fazer cá dentro, há uma camada significativa para a qual o preço não é a primeira premissa, mas a qualidade” – Pedro Machado, presidente do TCP.

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