Tribunal de Aveiro: Vítimas recordam assaltos violentos

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Tribunal de Aveiro.
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O Tribunal de Aveiro começou, esta quarta-feira de manhã, a ouvir as vítimas de assaltos violentos atribuídos a um grupo que esteve muito ativo nas zonas de Aveiro e Coimbra.

Os 14 arguidos presentes (dois estão ausentes), que se remeteram ao silêncio aquando do início do julgamento, foram retirados da sala a pedido do Ministério Público (MP) para não se cruzarem com as vítimas presentes. Outras pessoas ofendidas optaram por serem ouvidas por videoconferência. Em causa dezenas de assaltos, muitos dos quais violentos, tendo como alvo, na maioria dos casos, residências de idosos ou pessoas vulneráveis, que seriam escolhidas propositadamente.

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Uma mulher, de 68 anos, que reside sozinha, relatou no tribunal que foi surpreendida a meio da madrugada no quarto de dormir. Dois homens fizeram-na ir para a cozinha onde estavam outros dois e, sob ameaça de “faca e pistola” exigiram dinheiro e ouro. Os assaltantes “reviraram tudo”, conseguindo encontrar objetos de valor, uma mala com notas e o telemóvel, que levaram. “Começaram por querer tirar-me os brincos, um caiu ainda estava na cama, disse que eram pechisbeque e eles deixaram. Fiquei toda pisada, no pescoço. Ganhei medo para toda a vida, foi horrível”, contou.

Outra mulher, de 65 anos, foi assaltada pelo mesmo método. Mas neste caso “eram dois homens, um entrou de lanterna a meio da noite no meu quarto e disse para eu estar caladinha e dizer onde estava o ouro”. A vítima estava em casa com a mãe, nonagenária, a quem cortaram um brinco que tinha. “Levaram mais ouro, muita coisa que eu desconhecia estar lá e o dinheiro das carteiras”, contou.

“Na nossa casa, levaram muito ouro, telemóveis, as carteiras. Não recuperámos nada”, contou uma terceira vítima que os assaltantes acordaram quando dormia na companhia do marido. Um roubo muito rápido, obrigando o casal a manter-se em silêncio, ao ponto do filho, que dormia no andar acima, não se ter apercebido do que estava a acontecer.

O grupo também é apontado como o responsável por um assalto num prédio de habitação e lojas, em Vagos, praticamente concluído e em fase de equipamento. “Levaram todos os eletrodomésticos que estavam a ser instalados, ferramentas dos homens da obra, artigos sanitários, fornos e placas, exaustores”, causando “um prejuízo enorme”.

No arranque do julgamento, foram ouvidos agentes da PSP que tiveram a seu cargo a investigação do processo conhecido como ‘Operação Teia Dourada’.

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