Sever do Vouga / Agressões violentas: Dois acusados de homicídio tentado assumem grande parte dos factos

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Tribunal de Aveiro.
Comercio 780

Dois indivíduos começaram ser julgados, esta manhã, no Tribunal de Aveiro, por crimes de homicídio qualificado, na forma tentada, e detenção de arma proibida. O processo diz respeito a agressões ocorridas no exterior de um bar em Sever do Vouga, na madrugada de 1 de maio de 2023, causando ferimentos graves num homem de 29 anos, que chegou a estar em coma induzido.

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Os dois acusados, com idades a rondar 25 anos, ambos em prisão domiciliária com pulseira eletrónica, prestaram declarações, confessando grande parte dos factos imputados, que tiveram dois momentos violentos. Negaram intenção de matar, embora admitindo que possam ter acontecido expressões com tais ameaças.

Um dos arguidos relatou que terá sido atingido por “um murro” do ofendido, que não conhecia, não encontrando motivo para tal, quando saia do bar para fumar, seguindo-se agressões mútuas. Os jovens terão sido separados pelo segundo arguido, que saíra em socorro do amigo.

Os acusados decidiram abandonar o local, seguindo para uma viatura estacionada nas imediações. No entanto, o jovem que teria sido surpreendido pelo murro ao deixar o bar, apercebendo-se que não tinha consigo a carteira, resolveu regressar ao local da contenda, pensando que a deixara cair durante a ‘rixa’.

Segundo relatou, nessa altura reencontrou o ofendido e puxou da navalha que trazia, esfaqueando-o quatro ou cinco vezes, no tórax e pernas. “Eu estava embriagado, espetei pelas costas, deixei-o de joelhos”, relatou, admitindo que teve atitudes “desumanas, que não deviam ter acontecido”.

O segundo arguido admitiu, por sua vez, ter seguido o amigo no regresso ao exterior do bar na posse de um bastão retirado da viatura, que desferiu contra o ofendido, nas pernas e nos braços e possivelmente também na cabeça (a vítima sofreu traumatismo craniano). A dupla acabou por abandonar o local sem pedir assistência. “Queimei o taco para me desfazer dele. Já estava arrependido do que fizemos, deitámos as mãos à cabeça, tínhamos noção que agimos mal”, afirmou.

Ouvido também na primeira audiência de julgamento, o ofendido disse que se recorda “pouco” do que aconteceu, uma vez que as lesões sofridas na cabeça terão causado amnésia parcial. “Durante algum tempo apagou-se tudo”, explicou, não tendo presente, ainda hoje, porque saiu do bar, nem como a carteira do arguido que o esfaqueou estava entre os seus pertences, quando foi assistido pelo INEM. Tem memória das agressões, da lamina da navalha a picar, que lhe atingiu os pulmões, e das ameaças de morte. Um ano depois, ainda não conseguiu voltar ao trabalho devido às mazelas.

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