A Câmara de Aveiro comunica a abertura do processo de inscrição da ‘Safra do Sal de Aveiro’ na Lista Nacional do Património Cultural Imaterial.
A ação agora desencadeada “reforça o compromisso do município com a preservação da sua identidade cultural, seguindo as candidaturas já reconhecidas do Culto a Santa Joana e da Festa de São Gonçalinho.”
A edilidade pretende, assim, “salvaguardar, valorizar e promover as técnicas tradicionais da safra do sal, garantindo a sua continuidade e transmissão às gerações futuras, reconhecendo, assim, e protegendo esta expressão cultural tão representativa da identidade Aveirense.”
O processo avançou “após um trabalho intenso de documentação de todo o ciclo de produção de sal, em todas as marinhas em atividade”, que foi elaborado “em estreita articulação com o Património Cultural, IP”.
A Câmara lembra que “a salicultura é uma atividade milenar profundamente enraizada na história de Aveiro”, estando “na origem e desenvolvimento da cidade”, tendo influenciado “decisivamente a economia local” e contribuiído “para a projeção de Aveiro além-fronteiras”.
A ‘Safra do Sal’ enquanto ciclo anual de produção artesanal nas marinhas, representa, assim, “um património vivo, com saberes e práticas transmitidos de geração em geração por marnotos e salineiras.” Espaços de “engenho e tradição”, onde “desenvolvem-se técnicas ancestrais que conferem ao sal aveirense um valor único: económico, cultural, simbólico e ecológico.”
A importância do sal remonta a tempos muito antigos, estando já referenciada no testamento da Condessa Mumadona Dias, de 26 de janeiro de 959, o mais antigo documento conhecido com menção a Aveiro, onde o sal surge como recurso estratégico e essencial.
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