Passava notas falsas por “brincadeira para alertar pessoas amigas”

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Tribunal de Aveiro.

Um empresário sexagenário residente em Águeda, atualmente ligado ao ramo das lacagens, confessou hoje de manhã no Tribunal de Aveiro que fabricou notas de 20 euros, mas alegou que não era com o propósito de as colocar em circulação, beneficiando de pagamentos, mas fazia-o apenas por “brincadeira e para alertar pessoas amigas”, nomeadamente em cafés que frequentava, “para o risco” de receberem numerário falso.

O arguido de 66 anos, que está acusado de crimes de contrafação de moeda e tentativa de passagem de moeda falsa, foi detido em fins de maio de 2017 pouco depois de entregar uma nota de 20 euros falsa, entre outras verdadeiras, para pagar 50 euros de combustível de que abasteceu o seu BMW numa gasolineira.

Uma patrulha da GNR alertada intercetou a viatura do suspeito em Fermentelos e apreendeu duas notas 20 euros com mesmo número de série, tudo indicado serem falsas, o que se veio a confirmar na análise da Polícia Científica.

Segundo o Ministério Público, o homem só não concretizou as suas intenções naquele dia por a falsidade da nota ter sido percebida pelo funcionário que a devolveu. Para a acusação, ficou claro que fabricava numa impressora apreendida notas de 20 euros para colocar em circulação como se de verdadeiras se tratassem.

A versão do empresário, ex-dirigente do clube de futebol de Fermentelos, aponta para uma intenção diferente de beneficiar de pagamentos. “Tudo é verdade, menos a tentativa de passar notas falsas. Era uma simples brincadeira, que fiz em três estabelecimentos de Fermentelos para alertar amigos”, explicou o empresário repetindo a versão dada aquando da detenção e em sede de inquérito judicial.

“Foi uma brincadeira estúpida, mais valia ter partido as duas pernas. Entregava a nota e depois pedia aos meus amigos para retirarem-na da gaveta porque era falsa, para eles abrirem os olhos, passava-se muitas notas falsas. Como ia fazer também na gasolineira, para alertar. Fiz as fotocópias e disse à PJ onde estava tudo. Não tinha intenção de passar moeda, porque graças a Deus não preciso, estou arrependidísssimo”, declarou o arguido.

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