Luís Souto, candidato da coligação PSD-CDS-PPM em São Jacinto.

São Jacinto tem sido “um pouco esquecida, não pode acontecer”, assumiu Luís Souto, candidato à Câmara pela ‘Aliança Mais Aveiro’ ao intervir na apresentação da equipa de candidatos à Junta de Freguesia local liderada por Cristina Gonçalves, que integra o executivo a que preside Arlindo Tavares.  Uma sessão onde ecoaram queixas e reivindicações a que a atual Câmara não é imune. 

O candidato da coligação do PSD-CDS-PPM avançou com o primeiro compromisso numa área que diz muito a uma freguesia separada pela ria de Aveiro da sede de concelho. “Como município, temos de assumir os custos acrescidos de quem vive em São Jacinto, quer dizer melhorar as acessibilidades a esta freguesia e da freguesia ao centro. Vamos trabalhar nesse sentido”, disse.

O cabeça de lista mostrou-se, também, ciente das “dificuldades de acesso à saúde”, aproveitando para anunciar “um plano municipal de saúde” para conseguir “uma boa satisfação das necessidades” em todo o concelho. “Seremos intransigentes nessa luta”, garantiu, admitindo, igualmente, a necessidade de “melhorar o serviço de socorro e o policiamento” na freguesia.

Luís Souto defendeu uma “gestão” de São Jacinto “sem complexos”, envolvendo os municípios vizinhos. “Mais do que bairrismo, o que importa é a qualidade de vida e a educação”, justificou.

Retomando os transportes, colocado como “problema número um” em São Jacinto, afirmou-se determinado em “melhorar a oferta” atual, encontrando soluções “em diálogo”. Executar “o mais rápido possível” a empreitada do parque de campismo é outra das prioridades. Quanto ao CAR Surf, disse estar empenhado em “dinamizar muito mais” aquele equipamento municipal, para ajudar “a transformar São Jacinto na capital juvenil do município”.

Sobre “uma discussão fundamental” para “o futuro” da freguesia, que tem a ver com a utilização de uma parte da antiga base aérea, atual aquartelamento ao serviço do Regimento de Infantaria N.º 10, para instalações de apoio à indústria eólica, Luís Souto subscreve as reservas do atual presidente da Câmara, Ribau Esteves. “Nós queremos aquele espaço transformado num terreiro de armazenamento de gigantes pás eólicas? É uma hipótese em cima da mesa. Ou, pelo contrário, queremos revitalizar as atividades aeronáuticas em São Jacinto ? A nossa opção, o que vamos defender junto do Governo, é manter a tradição histórica da aviação em São Jacinto, queremos recuperar o aeródromo e apostar no enorme potencial que tem para São Jacinto, concelho e País”, revelou, pretendendo “lutar por esta grande oportunidade”.

Na frente Ria, disse que, a ser eleito, irá reforçar as gestão municipal da baía de São Jacinto aproveitando a “boa articulação” com o Governo. Quanto à Reserva Natural, Luís Souto quer “reforçar a visitação” aproveitando o fluxo de turistas na sede de concelho.

No início da intervenção, o candidato deixou um elogio aos autarcas em funções que tiveram “a mais difícil das tarefas” que foi “salvar, literalmente, a Junta e a autonomia enquanto freguesia, que esteve em risco” devido, acusou, à gestão local do PS, “tal como fez na Câmara”. E terminaria com o mesmo assunto: “Não podemos regressar ao pesadelo da má gestão e da má reputação financeira e institucional”, declarou.

Exigida compensação financeira por utilização municipal de património da Junta

Cristina Gonçalves, atual tesoureira da Junta deseja da Câmara, “proximidade real entre a freguesia e o município, que não é apenas a cidade”, agora que “a gestão cuidada, ao cêntimo” da liderança de Arlindo Tavares após a fase das penhora e intervenção financeira municipal permitiu equilibrar as contas,  conseguindo já “pagar” obras necessárias e “construir um melhor futuro” de uma povoação “linda que carece de mais atenção”. E deu exemplos: transportes com “horários que não servem as necessidades”, ausência de serviços (saúde, educação) que deixam os residentes “longe de tudo” e  uma praia “única” com condições para ser “uma referência no turismo sustentável” mas onde “falta planeamento, investimento, visão e ação”, lamentou, notando “a necessidade” de criar uma marina para barcos de visitantes e dos locais.

A candidata defendeu alterações no protocolo com a Câmara que permitiu resolveu a grave crise financeira a Junta, por entender que “a freguesia deve ser beneficiada financeiramente pela utilização das piscinas, complexo desportivo e parque de campismo”, porque “é o nosso património”, pedindo, ainda, medidas para criar habitação a custos controlados.

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