Ílhavo: Calçada tradicional usada como tela para arte urbana

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Calçada de rua em Ílhavo (foto de Cardoso Ferreira).

Apesar do nosso roteiro ser bastante curto, não ultrapassando as duas centenas de metros, permite-nos conhecer um artístico arruamento ilhavense que concilia a calçada tradicional portuguesa com o colorido mosaico executado com pedaços de azulejos.

Por Cardoso Ferreira *

O local de partida, e de chegada, é o pequeno adro da Igreja Matriz de Ílhavo. Mesmo em frente a este templo começa o Beco de S. Salvador, pelo qual avançamos, uma vez que o objetivo desta pequena caminhada é o seu troço final situado logo após o entroncamento com a Travessa do Jornal “O Ilhavense”, que nos surge do lado direito. Nesta, como no beco, o trânsito automóvel é escasso.

Ao entrarmos no troço final deste arruamento deparamos com desenhos coloridos no chão, que decoram e embelezam o empedrado do piso. São cerca de dezena e meia de artísticos “quadros” concebidos em mosaico colorido (pedaços de azulejos de cores diversas) e em calçada tradicional portuguesa (pedras de calcário branco e de calcário preto), todos eles assinalados com o ano da sua execução.

Foi em 2012 que Carlos Alberto resolveu experimentar a sua veia de arte urbana ao executar o primeiro destes desenhos, com uma alegoria aos palheiros da Costa Nova, ao farol da Barra e aos veleiros da Ria de Aveiro.

No ano seguinte surgiu um novo quadro, representando o brasão da cidade de Ílhavo, obra que posteriormente mereceu o elogio e o incentivo do presidente da Junta de Freguesia de S. Salvador (Ílhavo), João Campolargo, atual líder do executivo municipal ilhavense, facto que motivou Carlos Alberto a avançar com a execução de pelo menos uma nova obra por ano.

Assim, em 2014, foi elaborado o quadro alusivo ao barco moliceiro, acompanhado por uma ave marinha. No ano imediato, foi a vez de aparecer uma “rosa dos ventos” retratada na calçada daquele beco.

No ano de 2016, este artista, que profissionalmente foi mestre de obras de construção civil, resolveu acrescentar mais dois quadros a esta sua “galeria”: num deles retratou dois golfinhos, e no outro a cruz símbolo da Seleção Portuguesa de Futebol.

Em 2017, a galeria foi enriquecida com mais duas obras, ambas de temática náutica: uma boia e uma âncora.

A sereia, a mítica imagem que surge nos sonhos dos marinheiros, foi o tema escolhido por Carlos Alberto para ilustrar o quadro relativo ao ano de 2018, enquanto o barco da pesca da xávega acompanhado por gaivotas, foi o tema representado em 2019.

Em 2020, a “galeria” recebeu mais três novas obras, cujos temas escolhidos foram o “homem do leme”, a “peixeira” com a sua canastra e um colorido cavalo-marinho.

Finalmente, em 2021, foi a vez do marisco marcar presença nesta “galeria”, com um quadro alusivo à lagosta e ao caranguejo.

Este ano, Carlos Alberto gostaria de concretizar um quadro há muito pedido pelo filho, o emblema do Sporting Club de Portugal. No entanto, a idade (mais de 83 anos) e problemas de visão poderão dificultar esse desejo.

Para além desses desenhos, há ainda o quadro com a assinatura do artista, e uma “tira” com a menção a um casal residente no local.

No final do beco, já no pátio que antecede a moradia de Carlos Alberto, encontra-se uma obra retratando uma árvore. Para além dos desenhos da calçada, também algumas paredes apresentam painéis de azulejos.

+ informações sobre Ílhavo em http://www.visitilhavo.pt/visit-ilhavo

* https://www.facebook.com/manuel.cardosoferreira.5

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