
Um homem que confessou ter alvejado na face a namorada, que é mãe de um filho de dois anos fruto da vida em conjunto, por desconfiança de traição , foi condenado pelo Tribunal de Aveiro, esta segunda-feira, a quatro anos de prisão, em cúmulo jurídico, pena efetiva.
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O arguido, atualmente em prisão preventiva, viu ser alterada a qualificação jurídica do crime de homicídio qualificado na forma tentada para crime de ofensas à integridade física na forma agravada.
O episódio mais grave na conturbada relação do casal aconteceu em Águeda a 19 de julho de 2024. Munido de uma pistola, o arguido surpreendeu a vítima, de 22 anos, com quem tem uma criança, na residência. Ali, começou por agredir a mulher à bofetada, exigindo saber quem seria o homem com quem mantinha uma relação. Acto contínuo, disparou a arma duas vezes, atingindo na cara.
Depois transportou de carro a vítima para o hospital de Aveiro, onde escondeu a arma. Durante o percurso, ainda parou a pedir socorro. Atitude que pesou a favor na determinação da pena, bem como a colaboração dada durante o julgamento, assumindo grande parte dos factos.
O homem foi condenado nas penas parcelares de dois anos e seis meses por ofensas à integridade física qualificada, de um ano e seis meses pela posse de arma proibida e ainda dois anos e nove meses por violência doméstica, bem como ao pagamento de 15 mil euros de indemnização. Ficou ainda proibido de contactar a ex-namorada durante dois anos e seis meses, com vigilância eletrónica, proibido de uso e porte de arma e obrigado a frequentar um programa para agressores.
Em jeito de comentário final, a juíza presidente dirigiu-se ao arguido referindo que a sociedade não compreenderia uma pena suspensa, esperando que o tempo de reclusão o faça refletir sobre a gravidade dos factos, que só não resultaram numa tragédia maior para a mãe do seu filho por acaso, e a não querer controlar, novamente, a vida das pessoas com quem mantém relações.
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