Há dias assim: 44 Km’s lamacentos pelo Baixo Vouga Lagunar

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Baixo Vouga (Foto de António Garcia).
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Regressemos ao estradão e às poças (autênticas banheiras) de água lamacentas, que me acompanharam em quase todo o percurso.

Por António Garcia *

Efectivamente, apeteceu-me pegar na dita que aguenta o meu peso (já bem menos do que há tempos) e levá-la para aventuras lamacentas para satisfazer o meu interior juvenil.

Não fiquei decepcionado, porque o espaço BioRia, com as terras de Sarrazola e de Angeja a ajudar, ofereceu-me banheiras bem desenhadas e a transbordar de água por escoar.

Passagem obrigatória pelos passadiços de Esgueira, desertos de duas patas, como o restante espaço também inteiramente por minha conta sem que viv’alma me venha Covid dar. Sem o açude da fábrica de Cacia, enrolei-me ao longo da margem esquerda do Vouga Novo até transpor a ponte que me levou ao coração do Bocage, pela estrada da CEE, onde baloiços veraneantes (os baloiços estão na moda), ou o que restava deles, me despertaram curiosidade. Mas foi sol de pouca dura, pois depressa “enforquilhei” pelas poças de água alvejadas.

Sarrazola atrás de mim, eis-me em território do BioRia, pela ciclovia que a CIRA encomendou e o POLIS realizou de forma desastrosa. Colocar uma espécie de saibro arenoso nesta pista, só de imbecis, pouco conhecedores da sua real utilização (mas o que se pode pedir mais a boys e a girls malformados?). É evidente que ninguém lhes pediu contas e a CIRA engoliu o trabalho mal feito sem bradar aos céus (já tínhamos visto algo idêntico lá para os lados da Murtosa).

Foto de António Garcia.

Regressemos ao estradão e às poças (autênticas banheiras) de água lamacentas, que me acompanharam em quase todo o percurso. Uma paisagem que me encanta, mesmo encontrando nela alguns estigmas dos rigores deste Inverno pouco vigoroso.

As cegonhas migratórias estão de regresso e, com as garças sedentárias, dão-nos imagens de uma natureza anunciando tempos primaveris verdejantes. Como o Centro de Interpretação do BioRia tinha os sanitários em desuso, a natureza ofereceu-me alternativas para descongestionar. E, a partir daqui, foi o regresso, direcção Angeja. E foi nestas terras que a byke, um pouco zangada do uso lamacento, resolveu anunciar um furo na roda da frente (a cabra foi gentil).

Fugi então dos estradões e, de Angeja até Esgueira (Santa Joana), passando por Cacia, foi o alcatrão que me guiou. Uma dezena de quilómetros depois, estava em frente à loja/oficina Guersan onde reparei os estragos (fantásticas estas câmaras com espuma que aguentam alguns Km com os serviços mínimos).

Mesmo com este percalço, ainda foram 44 Km’s lamacentos percorridos até ao duche merecido.

* Trabalhou como director – responsável de sector social & cultural. https://www.facebook.com/antoniotony.garcia.9

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