
A UVE – Associação de Utilizadores de Veículos Elétricos – lançou recentemente um alerta sério sobre o aumento de furtos e atos de vandalismo que têm vindo a atingir a rede pública de carregamento de veículos elétricos (VE) em várias regiões do país.
Por Marina Nascimento *
Nos últimos meses, o roubo de cabos de carregamento em postos rápidos e ultrarrápidos, tornou-se uma ocorrência preocupante, com impacto direto sobre a confiança dos utilizadores, os custos de operação dos operadores e, em última instância, o próprio ritmo da transição energética em Portugal.
De acordo com os dados do Ponto de Acesso Nacional (PAN), em 30 de setembro de 2025 existiam em Portugal 2.630 Postos de Carregamento de Veículos Elétricos (PCVE) rápidos e ultrarrápidos, representando mais de 6.100 cabos de carregamento distribuídos por 245 municípios, que cobrem cerca de 80% do território nacional.
Desde agosto de 2025, o número de cabos furtados tem crescido de forma acentuada. Apenas entre as semanas 35 e 40 (final de agosto a início de outubro), registaram-se mais de 450 incidentes, com destaque para os distritos de Lisboa, Santarém, Leiria, Setúbal e Évora.
Ao todo, desde abril, foram afetados 327 postos de carregamento e furtados 720 cabos — o equivalente a 10,3% da rede pública rápida e ultrarrápida da rede de postos de carga rápida e ultrarrápida atualmente instalada em Portugal, com dados publicados no PAN. Estes equipamentos, em condições normais de funcionamento registavam mais de 12.000 horas de utilização, por mês, por parte dos utilizadores (fonte: Observatório da Mobilidade Elétrica (observatorio.uve.pt)). Estes números dão uma ideia muito concreta da dimensão, urgência de reposição do serviço e a severidade desta situação ao nível das consequências para o Utilizador. Em alguns casos, como no município do Bombarral, houve reincidência após a reparação dos equipamentos, com a taxa de impacto a ultrapassar os 100%.
Os prejuízos acumulados são expressivos: estima-se que a indisponibilidade dos postos represente mais de um milhão de euros em perdas mensais para os operadores, sem contar os custos de substituição de cabos, deslocações técnicas e logística de restabelecimento do serviço.
A UVE considera que esta situação exige uma resposta rápida e firme. Para a associação, deve ser ponderada a classificação dos postos de carregamento como infraestruturas críticas, equiparadas a outras redes essenciais, como telecomunicações ou energia. Essa alteração permitiria enquadrar os atos de sabotagem e furto no âmbito de crimes contra infraestruturas críticas, com agravamento das penas aplicáveis e um efeito dissuasor mais eficaz.
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