“Ficamos muito assustados, mas não é de assustar” – Ribau Esteves sobre o aumento dos custos do eixo-rodoviário

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Assembleia Municipal de Aveiro.
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A atualização, em alta, do preço base do futuro eixo-rodoviário Aveiro – Águeda, mereceu esclarecimentos camarários na última Assembleia Municipal (AM).

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A estimativa inicial da nova rodovia de ligação entre os dois concelhos apontava para 40 milhões de euros, valor que passou, na última revisão de custos, para 130 milhões de euros, mais de três vezes mais. No início do esclarecimento, o presidente da edilidade aveirense entendeu “saudar o Governo socialista e o ministro Pedro Nuno Santos” pelo facto de terem inscrito o Aveiro – Águeda com uma verba de 40 milhões de euros no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

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Mas nem tudo correu bem, pelo contrário. Desde logo, o plano da chamada ‘bazuca’, recordou Ribau Esteves, “foi feito à bruta e à pressa”, trazendo de volta, desta forma, “a memória histórica” do processo, que considerou ser “muito importante” reter. Além disso, Pedro Nuno Santos, “como ministro”, disse o autarca, deixou a desejar. “Foi um decisor muito abrutalhado, com tudo ali ao ‘monte e fé em Deus’. Sei bem as dificuldades que era reunir com ele. Boa gente, bom rapaz, disponível, mas tratar dos assuntos, estar na reunião atento e resolver os problemas, ‘está quieto ó maria, coisa nenhuma’. Ainda por cima, aquele secretário de Estado que ele teve ainda pior. Ficou conhecido por explicar aos portugueses num artigo que os pássaros não são estúpidos, agora resolver problemas nada aconteceu”, criticou o edil, sem deixar de dar mais uma ‘bicada’ em Alberto Souto, ex-presidente da Câmara de Aveiro. Ficou, em resumo, uma dupla nota: “mérito” por o Governo incluir o eixo-rodoviário, que “foi muito bom”, mas também de “insuficiência ao mesmo tempo”.

Quanto aos 40 milhões de euros iniciais, aparecem “como uma estimativa grosseira” que a Infraestruturas de Portugal (IP) fez a partir do projeto de 2005, que foi abandonado em 2008. “Uma abordagem da obra sem terrenos, nem projetos, nem cálculos minimamente rigorosos nas obras de arte, etc.etc.”, explicou Ribau Esteves ao referir aquela que será  “a maior parte” dos custos em causa. É necessário, por isso, imputar os custos de hoje, que “são muito superiores”, mas, ressalvou, sem derrapagens, nem “inventar despesas adicionais”. Pelo contrário, garantiu o autarca aveirense. “Várias soluções técnicas da obra, tornaram-na bem mais barata”. Como exemplo, referiu que “já não há passagens desniveladas em todo o lado”, substituídas por rotundas, nem enterramentos a oito metros. O atravessamento da A17 já não é um viaduto novo, mas aproveita-se o do nó de Oliveirinha – São Bernardo. “Foram encontradas várias soluções no projeto que o tornam mais barato”.

“A gente olha para isto é ficamos muito assustados, mas não é de assustar. É de olhar à realidade, porque o número inicial é aquele e este é este”, desdramatizou Ribau Esteves, assegurando o financiamento necessário. A verba do PRR de 40 milhões de euros “vai ser adicionada em cerca de 18%” autorizada pela União Europeia, “embora falte fechar o acordo”. Quanto ao restante, “que é maior parte”, será assumido pelo Orçamento do Estado “no quadro” do entendimento da Associação Nacional dos Municípios Portugueses com o Governo, porque “há várias outras” reivindicações junto do PRR nesta situação, tratando-se de “um problema nacional”.

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