
A obesidade é reconhecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como um dos principais flagelos globais do século XXI, afetando milhões de pessoas de diversas faixas etárias. As desigualdades sociais, ambientes desfavoráveis e a diversidade de padrões culturais, promovem, não só o consumo excessivo de produtos ultraprocessados, como também, um aumento crescente da obesidade. Segundo dados da OMS, em 2024, 35 milhões de crianças, menores de 5 anos, apresentava excesso de peso.
Por Marília Rua e Sandra Rodrigues *
No sentido de dar resposta a este desafio, surge o Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável (PNPAS), promovido pela Direção Geral da Saúde (DGS), apostando em estratégias de literacia alimentar, promovendo uma alimentação equilibrada e saudável, de forma a ser valorizada pela população.
Iniciativas como a redução do sal e do açúcar nos produtos alimentares, a simplificação da informação nutricional nos rótulos ou as campanhas em meio escolar, são exemplos de promoção da saúde pública.
O PNPAS, estabelece parcerias e acções intersectoriais, apresentando um conjunto de propostas de intervenção para promover uma alimentação saudável nos cidadãos.
Nesta transformação da educação alimentar, salientamos o papel das escolas e dos de serviços de saúde. As escolas formam cidadãos críticos e informados, permitindo que façam escolhas alimentares saudáveis, por sua vez, os serviços de saúde têm um papel fundamental na prevenção, deteção precoce e acompanhamento da obesidade, nas pessoas, através de programas de vigilância nutricional, consultas multidisciplinares e intervenções comunitárias.
A educação alimentar, em conjunto com as políticas públicas e serviços de saúde eficazes, proporciona a transformação cultural. Considera-se assim necessário um compromisso coletivo das famílias, das escolas, dos profissionais de saúde e dos decisores políticos, no sentido de promover a saúde e a qualidade de vida da população.
Segundo as recomendações da OMS e da DGS, para melhorar os comportamentos alimentares e prevenir a obesidade, devem verificar-se algumas mudanças nos hábitos alimentares.
A escolha de uma dieta mediterrânica é fundamental, sendo reconhecida pela OMS, como um modelo de prevenção contra doenças crónicas, obesidade e diabetes. É essencial criar ambientes, em que sejam promovidas escolhas saudáveis, como os refeitórios nas escolas e dos locais de trabalho. O incentivo à prática diária de exercício físico, associada a uma alimentação saudável é essencial para controlar o excesso de peso.
É de salientar que, os comportamentos alimentares desadequados estão diretamente relacionados com a obesidade, não sendo considerado apenas, um problema de saúde; mas sim, um desafio educativo, social e político.
* Centro de Investigação em Didática e Tecnologia na Formação de Formadores (CIDTFF) da Universidade de Aveiro. Artigo publicado originalmente no site UA.pt.
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