É urgente que agora se ajudem as empresas a sobreviver

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Restauração.
Comercio 780

O país entrou uma vez mais em confinamento, as atividades económicas da restauração e similares foram encerradas por decreto legal e o alojamento turístico não tem clientes e está forçado a suspender a atividade.

Por Mário Pereira Gonçalves *

Após mais uma quinzena de severas restrições às nossas empresas, o país terá de continuar confinado e as nossas empresas encerradas, pois a situação sanitária assim o exige.

Agrava-se assim a instabilidade nos negócios, que perdura há praticamente um ano, com as empresas a terem que lidar com a permanente mudança das regras de funcionamento e a aplicação de medidas restritivas.

Para ajudar as empresas, atualmente encontram-se anunciados e estruturados mais de uma dezena de apoios: de apoios a fundo perdido à tesouraria, financiamentos, apoios à manutenção do emprego, apoio às rendas comerciais, moratórias e medidas de apoio fiscais e contributivas.

Contudo, são medidas dispersas e o acesso a cada um desses mecanismos é demasiado complexo e burocrático, não facilitando o apoio efetivo que tão necessário é, neste momento crítico que o país atravessa.

É por essa razão que as empresas precisam da AHRESP mais que nunca, para as ajudar a decifrar tantos regulamentos e apoiá-las nos processos de candidaturas, para que possam ver as suas tesourarias efetivamente reforçadas e poderem ter a liquidez necessária para a garantir a sustentabilidade dos negócios e dos postos de trabalho.

Está na hora de ser criado um MECANISMO ÚNICO, que permita às empresas o acesso a todos os apoios disponíveis, de forma ágil, simplificada e concentrada através de uma única candidatura.

É este o momento de apoiar as 120.000 empresas da restauração e similares e do alojamento turístico, e os 400.000 postos de trabalho diretos que têm a seu cargo.

A recuperação da atividade económica irá acontecer, mas é urgente que agora se ajudem as empresas a sobreviver e a aguentar até ao dissipar desta pandemia, evitando assim o gigantesco impacto económico e social que a sua perda poderá gerar.

Não são só os 400.000 postos de trabalho diretos que dependem de nós. A restauração e similares e o alojamento turístico são dos setores económicos com maior efeito indireto e induzido em toda a cadeia de valor, e muitos outros milhares de empresas e de postos de trabalho dependem de nós.

A nível europeu, a HOTREC, federação europeia da restauração, similares e alojamento turístico, enfatizou muito recentemente que pela importância vital que as nossas atividades económicas têm na componente social e económica das cidades, mas também nas comunidades rurais e áreas turísticas, deve ser analisado detalhadamente, junto das instituições europeias, o impacto da pandemia nos negócios e nos postos de trabalho, bem como começar a desenhar já o plano de recuperação do Turismo, que na Europa emprega 12,5 milhões de pessoas, e que só no segundo quadrimestre de 2020 perdeu mais de 1,84 milhões de postos de trabalho, face ao período homólogo do ano anterior.

A AHRESP considera que também em Portugal, Governo e organismos associativos empresariais devem trabalhar já e em conjunto, para definir estratégias de recuperação das nossas atividades económicas.

* Presidente da Associação da hotelaria, restauração e similares de Portugal ( AHRESP). Editorial do ‘Manual de Negócios AHRESP n° 16’.

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