
O contexto global de instabilidade geopolítica tem vindo a demonstrar, de uma forma a que já não assistíamos há algumas décadas, como a aposta no setor da defesa é determinante. Este setor tem como principais pilares a confiança e o rigor, e é também um motor da inovação e um garante de soberania.
Por Madalena Oliveira e Silva *
Em momentos de ameaça ou de paz, a defesa é a resposta ou a dissuasão que acabam por tornar o mundo num espaço de maior equilíbrio. Mas um espaço onde os desafios se têm tornado cada vez mais exigentes, onde aos tradicionais domínio aéreo, terrestre e naval se juntam cada vez mais o ciberespaço e o espaço como cenários de potenciais conflitos.
A defesa assume-se como um pilar da segurança nacional, mas também como um motor relevante da economia portuguesa. Portugal tem hoje cerca de 500 empresas que, de alguma forma, se dedicam a este setor. Muitas fornecem os principais fabricantes mundiais, mas há também especialistas em serviços de manutenção aeronáutica, naval e terrestre ou em operações de observação da Terra.
Nesta edição trazemos-lhe apenas alguns exemplos. Falamos do caminho percorrido pela Aero Voo Portugal – AVP na área da manutenção e reparação de aviónicos e instrumentos de voo; da forma como a Beyond Composite se tem destacado no desenvolvimento de materiais compósitos aplicados à defesa; dos drones de alto desempenho produzidos pela Beyond Vision; das soluções e plataformas de comunicação desenvolvidas pela EID; da observação da Terra e análise de dados possibilitada pela Geosat; dos componentes de metalomecânica de alta precisão da Promecel ou dos sistemas anti-drone produzidos pela Swatter Company. São, como referi, apenas alguns exemplos que mostram a forma como Portugal se tem posicionado no setor da Defesa: uma questão de confiança, inovação e soberania da defesa – como um parceiro fiável, inovador, com competências nos vários domínios que vão do desenvolvimento de drones às operações de satélites, passando pelas comunicações e cibersegurança, os moldes e ferramentas ou os materiais e componentes compósitos, entre outras áreas.
A indústria de defesa nacional constitui, assim, um vetor estratégico essencial da economia portuguesa. Portugal possui uma localização geográfica privilegiada, entre o Atlântico e a Europa, e detém uma das maiores Zonas Económicas Exclusivas do mundo. É uma plataforma atlântica de ligação entre continentes, membro da NATO e da União Europeia, e alia uma história secular de estabilidade à ambição de continuar a inovar e a produzir conhecimento e capacidade industrial no domínio da defesa e da segurança. Como refere nesta edição o presidente do AED Cluster Portugal, a defesa é um pilar essencial da nossa segurança coletiva. Já era considerada um custo estratégico para o país. O atual contexto geopolítico transformou-a num crucial investimento económico.
* Presidente do Conselho de Administração da AICEP. Editorial da revista Portugalglobal.
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