Confessa incêndio em apartamento por desentendimentos com senhorio

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Tribunal de Aveiro.
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O cidadão luso francês, com raízes familiares em Sever do Vouga, que, a 30 de abril do ano passado, ateou fogo num apartamento, um terceiro andar no bairro do Alboi, Aveiro, confessou os factos de que está acusado, assumindo ainda desentendimentos com o senhorio.

O arguido, de 49 anos, em prisão preventiva, começou a ser julgado em Aveiro, esta quinta-feira à tarde, por crime de incêndio.

O indivíduo, que está em Portugal desde 2017, terá atuado em contexto de vingança, depois do senhorio a quem tinha alugado um quarto, e que passava alguns dias da semana no apartamento, trocar as fechaduras, deixando-o ficar, alegadamente, sem alternativa.

Despojado do local de estadia, o hóspede decidiu retaliar. Impregnou com combustível um colchão e algumas roupas, ateando lume, por baixo do alarme de fogo. Depois, encaminhou-se para a esquadra da PSP onde se entregou. O senhorio acordou, conseguindo por meios próprios evitar o pior, lançando baldes de água.

Em tribunal, o arguido assumiu que não ficou satisfeito pela pressão do senhorio para que deixasse o quarto. “Dei dinheiro para mais um mês, a 8 de abril. Disse-me que tinha um mês para sair, precisava do quarto. Teria de sair até oito de maio. Depois começou a mudar, criava problemas em casa, foi para me chatear. Tinha lá roupa, computador, as minhas coisas. O senhorio descongelava a carne, partia os bicos das facas, amassava as panelas. Era difícil arranjar quarto, não conseguia”, explicou.

No noite do episódio mais grave, o homem encontrou as fechaduras mudadas e chamou a PSP ao local, sem conseguir resolver o problema. Acabou por alugar um quarto numa pensão. Mas regressou durante a madrugada ao apartamento, que albergava outro hóspede, a meio da madrugada, encontrando a porta aberta.

“Foi de repente, não comprei o petróleo de propósito, era de um candeeiro. Tenho juízo, nunca quis mal ao senhorio, nem queria queimar a casa. Foi para chamar a atenção, para me ajudarem, não queria ficar na rua”, disse, embora assumindo que espalhou algum combustível pelo chão.

(em atualização)