
A Aprendizagem-Serviço (ApS) é uma abordagem reconhecida internacionalmente por articular objetivos de aprendizagem e o envolvimento ativo dos estudantes em atividades organizadas (serviço) com e para a comunidade.
Por Marisa Maia e Susana Pinto *
Escolas e universidades têm vindo a integrá-la em disciplinas de diferentes áreas científicas e níveis de ensino, reconhecendo o seu potencial para desenvolver competências académicas e transversais. Os requisitos fundamentais dos projetos de ApS incluem: integrar-se no currículo formal; estabelecer parcerias com a comunidade, assegurando que o serviço responde a uma necessidade real; incluir momentos de reflexão estruturada, nos quais os estudantes analisam a sua experiência em função das aprendizagens e do impacto na comunidade; e promover a avaliação da aprendizagem dos estudantes e dos benefícios para a comunidade.
A ApS tem sido integrada em múltiplos contextos educativos, o que evidencia a sua flexibilidade e relevância. Por exemplo, no âmbito do projeto internacional ERASMUS+ “BOLD – Building on Linguistic and Cultural Diversity for Social Action within and beyond European Universities”, futuros professores de várias universidades europeias, incluindo da Universidade de Aveiro (UA), desenvolveram projetos de ApS relacionados com a promoção da diversidade linguística e cultural e da justiça social. Outros exemplos surgem da engenharia, em que estudantes colaboram com organizações locais para conceber soluções que respondem a desafios reais. Nos ensinos básico e secundário, há evidências de que envolver os estudantes em projetos de ApS articulados com o currículo (por exemplo, iniciativas sobre alimentação, ambiente, saúde) favorece as suas aprendizagens. Estes exemplos mostram que a interação com as comunidades contribui para a formação dos estudantes enquanto cidadãos comprometidos com os desafios societais atuais e do futuro.
Na UA, várias unidades curriculares têm integrado projetos de ApS em parceria com instituições locais. Apesar dos benefícios mútuos, aponta-se como desafio a fase inicial de identificação de necessidades e de procura de parceiros. Com o objetivo de superar esta limitação, foi aprovado o projeto de inovação pedagógica “Link-UA – Learning, Integration, and Networking for Knowledge–UA”, para desenvolver uma ferramenta que centralize a gestão, comunicação e cooperação entre docentes, estudantes e parceiros comunitários. O projeto pretende criar uma rede entre a UA e diferentes entidades — escolas, associações, autarquias, ONG, empresas, entre outras — para identificar necessidades reais e transformá-las em oportunidades formativas.
Assim, a equipa do Link-UA, em colaboração com o Núcleo de Ensino e Aprendizagem da UA, lança um apelo a instituições/entidades da região para que apresentem propostas de desafios ou necessidades que possam ser convertidos em projetos de ApS. As entidades interessadas podem contactar Marisa Maia, responsável pelo projeto, para explorar possibilidades de colaboração.
* Centro de Investigação em Didática e Tecnologia na Formação de Formadores (CIDTFF) da Universidade de Aveiro. Publicado originalmente no site UA.pt.
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