
Neste Dia Mundial da Bicicleta (3 de Junho), a MUBi assinala e celebra o papel fundamental da mobilidade em bicicleta como instrumento de transformação pessoal e social. A data é uma oportunidade para reafirmarmos o apelo a políticas ambiciosas que promovam a mobilidade activa e sustentável em todo o país.
MUBi – Associação pela Mobilidade Urbana em Bicicleta *
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A bicicleta representa liberdade, saúde, economia e bem-estar. Para quem pedala, é uma forma prática e económica de se deslocar, promovendo um estilo de vida mais saudável e ajudando a reduzir despesas no dia-a-dia. Para a sociedade, traduz-se em cidades com melhor qualidade do ar, menos emissões de carbono, menos ruído, maior segurança e mais e melhor espaço público para usufruto de todas as pessoas.
Mas o impacto da bicicleta vai ainda mais além: é uma ferramenta de autonomia, inclusão e coesão social
Permitir que as crianças possam deslocar-se sozinhas, com segurança, para a escola, actividades ou casa de amigos, é essencial para o seu desenvolvimento e bem-estar. Hoje, essa liberdade está comprometida por cidades centradas no automóvel. Reverter esta tendência é possível, necessário e urgente.
A bicicleta é igualmente uma ferramenta de coesão social. Contribui para a aproximação entre pessoas, estimula o comércio local, reanima os espaços públicos e reforça os laços nas comunidades. Num tempo em que crescem os discursos de intolerância e exclusão, a mobilidade activa é também uma forma de contrariar essa fragmentação social e promover a convivência, empatia e a democracia.
Exigimos acção política consequente
Para isso, é essencial que as nossas cidades e vilas sejam seguras para andar a pé e de bicicleta. Isso exige transformações no espaço público — como a redistribuição do espaço viário e limites de velocidade de 30 km/h nas localidades — bem como acções de educação e fiscalização eficazes e consequentes junto dos condutores de veículos motorizados.
É também indispensável investir em programas de mudança da cultura de mobilidade, desde a escola até ao público em geral, para estimular novos hábitos e uma visão mais sustentável do transporte.
A MUBi apela ao novo Governo, saído das eleições legislativas de 18 de Maio, para que avance sem mais demoras com a implementação da Estratégia Nacional para a Mobilidade Activa Ciclável 2020-2030, e que aprove e execute a Estratégia Nacional de Segurança Rodoviária – Visão Zero 2030, com um plano de acção eficaz e financiamento adequado.
As eleições autárquicas deste ano representam, também, uma oportunidade decisiva para os municípios portugueses adoptarem um novo paradigma nas políticas urbanísticas e de mobilidade, priorizando os modos activos e os transportes públicos em detrimento do automóvel. Os cidadãos exigem cidades mais verdes, acessíveis e habitáveis.
Além disso, é essencial que os próprios decisores políticos e organismos públicos liderem pelo exemplo, adoptando e promovendo os modos de transporte mais sustentáveis. A mudança começa com quem tem o poder e a responsabilidade de inspirar e transformar.
A mudança está ao nosso alcance
Neste Dia Mundial da Bicicleta, a MUBi convida toda a sociedade — cidadãos, empresas, instituições e governos — a reconhecer e assumir o potencial da bicicleta como parte da solução para cidades mais humanas, habitáveis e inclusivas.
Cada pessoa pode fazer parte desta mudança. Escolher andar de bicicleta, a pé ou de transportes públicos, sempre que possível, apoiar políticas públicas que priorizem a mobilidade activa e exigir medidas concretas aos representantes locais e nacionais — nomeadamente envolvendo-se em coletivos defensores da mobilidade activa — são formas directas de contribuir para comunidades mais seguras, saudáveis e justas. A mudança está ao nosso alcance.
Notas:
O Dia Mundial da Bicicleta foi decretado pela Assembleia Geral das Nações Unidas, através da resolução 12/04/2018, na qual se destaca «a singularidade, a longevidade e a versatilidade da bicicleta, que é utilizada há dois séculos» (UN A/RES/72/272).
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