
O candidato do Bloco de Esquerda à Câmara Municipal de Aveiro, João Moniz, reagiu nas suas redes sociais à participação da Ministra do Ambiente e da Energia, Maria da Graça Carvalho, num evento partidário da campanha de Luís Souto Miranda (PSD/CDS).
“O candidato Luís Souto Miranda convidou a Ministra do Ambiente e da Energia, Maria da Graça Carvalho, para um evento partidário da sua campanha autárquica. Não obstante o potencial de usurpação de funções, o que foi dito pelo candidato do PSD/CDS mostra bem que a sua palavra tem pouco valor”, afirmou João Moniz.
Durante o evento, Luís Souto Miranda criticou o modelo de cogestão em vigor na Reserva Natural de São Jacinto, descrevendo-o como um “passa-culpas” e defendendo a entrega exclusiva da gestão às autarquias.
Em resposta, o candidato bloquista questionou: “Em primeiro lugar, onde esteve Luís Souto Miranda quando este modelo, que agora critica, foi discutido e aprovado no órgão que anda a presidir durante estes últimos oito anos?”. João Moniz acrescentou ainda: “Segundo, deixar a conservação da natureza apenas para as Autarquias, sem garantias financeiras, será a desculpa perfeita para o desinvestimento, para o esbulho dos valores naturais, e para a futura entrega da gestão a privados.”
Sobre a posição do adversário, afirmou: “Terceiro, é curioso vê-lo discutir apenas quem deve mandar na Reserva Natural de São Jacinto, ignorando o mais importante: a sua missão de proteger ecossistemas únicos. Para o Bloco de Esquerda, o verdadeiro problema da cogestão não é um suposto ‘passa-culpas’, mas sim o modelo que reduz a gestão a indicadores turísticos, ignorando critérios de conservação ambiental. A Reserva não pode ser tratada como um produto turístico; deve ser gerida para proteger a biodiversidade e o património natural.”
Por fim, João Moniz destacou a proposta do Bloco de Esquerda: “A gestão das áreas protegidas não pode ser refém de lógicas de curto prazo ou de disputas institucionais. Defendemos um modelo de gestão do Baixo Vouga diferente, baseado em critérios de conservação e de valorização dos ecossistemas, que articule ciência, comunidades locais e autarquias. É por isso que queremos avançar com a criação do Parque Natural da Ria de Aveiro, capaz de assegurar uma visão integrada de todo o território lagunar e dos habitats que o compõem, em vez de fragmentar responsabilidades e reduzir a gestão a meros indicadores turísticos. Só assim será possível proteger de forma eficaz a biodiversidade e garantir o futuro sustentável da região.”
Bloco de Esquerda
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