Aveiro: Avenida entra em obras ainda no Verão

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Avenida Lourenço Peixinho, Aveiro.
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O presidente da Câmara de Aveiro mantém que não vê necessidade de adiar o início da requalificação da Avenida Lourenço Peixinho, a principal artéria citadina, afastando, assim, o pedido de um grupo de lojistas, de outros empresários, bem como proprietários. Os trabalhos arrancam mesmo durante o Verão na zona mais complexa, junto à antiga Capitania.

O assunto foi levantado na Assembleia Municipal (AM), esta quarta-feira à noite, pelos deputados Filipe Guerra (PCP) e Jorge Gonçalves (PS), insistindo na necessidade de fazer um compasso de espera na obra para não agravar os problemas criados pela pandemia, nomeadamente no comércio local.

Questionado por Manuel Prior, do PSD, Ribau Esteves admitiu que existem riscos, nomeadamente um eventual pedido de indemnização do empreiteiro, que desaconselham travar as obras, o que poderia também complicar o acesso a novos fundos europeus.

A obra, lembrou antes de tudo, “é um compromisso eleitoral, que tem financiamento comunitário e nós temos que nos despachar a executar”, segundo explicou, porque há um contrato para cumprir e os fundos acabam este ano e haverá “um prolongamento” de três anos em que as autarquias com maiores taxas de execução podem angariar verbas para mais projetos, nomeadamente através de financiamentos a libertar em 2021 pela Comissão Europeia no âmbito das medidas de apoio ao Covid-19.

“Já que vamos ter esta oportunidade, a Câmara que é de longe a que mais executa fundos na Região, quer continuar a estar na linha da frente”, assumiu, esperando ser possível obter comparticipações, nomeadamente para as novas escolas.

“Não podemos, não devemos, a bem da dinâmica económica, adiar seja o que for. Só tenho pena de não poder antecipar”, acrescentou o presidente dando mais uma razão.

Ribau Esteves voltou a garantir um trabalho de “planeamento de rigor para o mais possível manter a vida da avenida”, contando que os trabalhos possam correr “bem melhor do que nas 5 Bicas”, onde não há trânsito.

O edil diz que é importante, nesta altura, seguir “o que o Primeiro-Ministro e a União Europeia pede, que é fazer mais do que nunca. Em vez de uma, duas ou três obras, poderemos fazer sete, oito ou nove, vamos fazê-las”.

Há igualmente razões financeiras e de estratégia a considerar. “Custaria muito indemnizar o empreiteiro que tem um contrato de 4 milhões de euros empurrar para a frente, está à meses a preparar a obra. E as empresas que investiram milhões em prédios, porque sabem das nossas intenções na avenida”, referiu Ribau Esteves, lembrando que foi com “o nosso trabalho que se conquistaram ganhos de vida” na artéria agora requalificar.

Discurso direto

“Os cidadãos estão receosos com as obras pesadas que irão suceder-se numa situação dificílima. O PCP corrobora o impacto na dinâmica comercial, num contexto difícil. É solidário também com os milhares aveirenses que precisam de usar a avenida, que alternativas tem a Câmara e como vai acautelar os problemas ?” – Filipe Guerra (PCP).

“A reprogramação da avenida é absolutamente indispensável” – Jorge Gonçalves (PS).

“A política do cimento é muito pobre para um munícpio como este. Na construção não há problemas, mas na restauração, na alimentação, no turismo, essas pessoas precisam de uma visão mais humanizada sobre a orientação do investimento.
Ninguém disse que devíamos acabar com o que está programado, temos de saber é o custo social e para erário publico” – Fernando Nogueira (PS).

“Estamos a tomar todas as medidas, falar com todos, compatibilizar o mais possível com programas de animação, iluminação de Natal como nunca se viu em sitio nenhum da nossa cidade. Com a certeza que à medida que acabar a obra a atração da avenida vai aumentar muito. Morrerá algum comércio este ano, no próximo ? Como aconteceu no ano passado, há dez anos. E não é preciso nenhum Covid para matar empresas” – Ribau Esteves (presidente da Câmara).

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