
A escultura evocativa da ‘muralha’ desenhada pelo arquiteto Siza Vieira não foi o único monumento da cidade de Aveiro ‘alvo’ de vandalismo com recurso a ‘pichagens’. A mesma ‘brincadeira de mau gosto’ aconteceu na estátua do ‘Soldado Desconhecido’, na Avenida Lourenço Peixinho. E têm semelhanças.
Informação revelada pelo presidente da Câmara ao intervir na Assembleia Municipal, esta terça-feira à noite, quando dava alguns esclarecimentos após questões colocadas no período antes da ordem do dia.
“Houve uma vandalização igual, a letra é a mesma, a pessoa é a mesma; temos dois suspeitos, dissemos a quem de direito”, adiantou Ribau Esteves.
Desta vez, o grafiti “não foi notícia, porque”, explicou o edil, “ninguém conseguiu tirar fotografia em tempo útil”. É que os serviços municipais normalmente mais atentos a estas ocorrências “fizeram o seu trabalho rapidamente”, beneficiando do facto da pedra da estátua “permitir uma remoção imediata e fácil, sem deixar o rasto”.
O monumento da ‘muralha’ teve na sua construção “o mesmo tratamento anti grafiti”, mas a pedra usada naquele caso “é altamente absorvente, custou mais” e foi necessário contratar uma empresa especializada naquelas remoções.
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“Esperamos encontrar a pessoa para que ela no mínimo pague o estrago que fez”, referiu Ribau Esteves, lembrando que foi isso que aconteceu, também, como um jovem que causou danos no chafariz da Praça do Peixe. “Que pague, é o mínimo”, insistiu.
A Câmara fez uma nova participação ao Ministério Público do mais recente ato de vandalismo com os dados que recolheu.
Discurso direto
“O mais ridículo em relação à arte é criticá-la pelo nosso gosto. Nós podemos não gostar, mas criticá-la é um ato ridículo. O que disseram ilustres socialistas da obra simples, de um artista que não tem nome, embora excelente, que fez o monumento dos ovos moles ? Alguns ilustríssimos disseram o diabo do ‘Sonhando tudo” do Rui Chafes. Quem são vocês para analisar artisticamente o Rui Chafes ou o arquiteto Siza Vieira ? Quem sou eu ? Vocês caem no ridículo. Gostar ou não gostar é um direito, agora avaliações de valor cultural a pessoas que estão no top mundial; não é em Portugal, é no mundo da cultura. Quem o faz está a cair num absurdo ridículo. E quando escrevem coisas a comentar um ato de vandalismo e não conseguem ter dignidade suficiente, pelo contrário promovem a fotografia do ato de vandalismo, é mais uma forma de vandalismo e promovê-lo” – Ribau Esteves.
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