
O PS prosseguiu a apresentação dos candidatos às Juntas em São Jacinto, este sábado, repartindo críticas pela maioria em funções e a nova coligação PSD-CDS-PPM.
Alberto Souto não deixou passar em claro o ‘corte de fita’ ocorrido poucas horas antes. “Um dia histórico, porque foi a primeira vez em que se procedeu à inauguração de uma piscina que já existia há 40 anos, quando era presidente Girão Pereira”, ironizou. Uma “tentativa de rescrever a história” a pretexto da “uma reparação, uma limpeza, que já devia ter sido feita”.
O cabeça de lista disse “compreender a pressa” da Câmara, uma vez que “esqueceu” a freguesia (apontou o “abandono” do complexo desportivo, o parque de campismo “continuar fechado” e ainda a falta de uma pista ciclável até à Torreira). Além da reparação de quatro casas e da construção da casa mortuária, encontra apenas uma “aposta certa”: o ferry elétrico, mas que ainda precisa de “ser devidamente articulado” com os horários dos residentes. Na mobilidade e transportes, de resto, “ainda há muito por afinar”, sendo atendido o pedido da candidatura local para a ativação da lancha “como alternativa”.
Extensão do porto de Aveiro é mais importante do que aviões
Para a apresentação de São Jacinto, Alberto Souto, além de subscrever o “caderno de encargos exigente” da equipa para a Junta liderada por José Eduardo Ferreira Leite (recandidato após ter concorrido nas intercalares), deixou nota de outras ‘apostas’. Ao contrário da coligação , “que não gosta de ver as pás eólicas”, considerou ser “mais importante” para a freguesia uma extensão do porto de Aveiro em parte da zona da antiga base gerando “atividade económica e, eventualmente, uma acessibilidade aos residentes” do que “um aeródromo para ricos, que não moram cá”.
Mostrou-se empenhado em concretizar a ideia antiga de um “porto de abrigo” para a náutica lagunar e oceânico e “trabalhar a sério uma ideia já conversada” com pessoas da Associação de Futebol de Aveiro para instalar no complexo desportivo “um centro de estágios distrital”, bem como dinamizar um programa de “atração de empresas sustentáveis”, com disponibilidade de terrenos ou incentivos fiscais “que criem emprego local”, numa localidade que, sublinhou, “tem condições excelentes para atrair nómadas digitais”.
A “Caça ao voto” , o “elefante na sala” e os “processos” de Aradas
Sobre fiscalidade municipal, Alberto Souto acusou a coligação de eleitoralismo ao anunciar a baixa de impostos locais. “O candidato da ‘Aliança contra Aveiro’, como lhe chamo, abriu a caça ao voto através do instrumento mais primário na democracia, que é a demagogia. Baixa o o IMI, derrama, a participação no IRS, mas não diz quando, nem precisa de dizer. Pode prometer tudo, não vai ser eleito. Não tem responsabilidade, é um sinal de demagogia e irresponsabilidade”, acusou, garantindo que irá ter “outra atitude” nesta matéria: “Não vamos propor alterações antes de estarmos em funções e avaliar com rigor a situação financeira, estamos com seriedade em campanha”.
Na apresentação em São Jacinto, o candidato local não esqueceu “o elefante na sala”, trazendo de volta o período da renúncia do ex-presidente António Aguiar, do PS, culminando uma crise política e financeira que deixou a Junta à mercê de penhoras evitadas por um programa de apoio municipal extraordinário após as eleições intercalares.
Admitindo “alguma má gestão” que levou “ao castigo” nas urnas, José Leite informou que o Tribunal de Contas, após a sua primeira avaliação, nada entendeu comunicar ao Ministério Público sobre a conduta do ex-presidente que seria “repleta de ilícitos, roubo e até corrupção”, assim como é desconhecida “qualquer iniciativa de acordo com os normativos legais que pudessem levar à extinção da freguesia”.
Alberto Souto lembrou o sufoco financeiro causado pelo corte das verbas de delegação de competências e retomou a atualidade com os casos de outra freguesia, que está ‘nas mãos da maioria’: “Em São Jacinto houve muito ruído em torno da atividade da Junta, mas até agora não há nenhum processo-crime. Em Aradas há muito ruído, muita tentativa de abafar ruído e já há muitos processos, ficamos por aqui”.
A Junta em funções foi acusada pelo cabeça de lista local de ter estado “sem tempo para a população, ignorando-a e seguir de subservientemente orientações” de Ribau Esteves, mas “nos últimos meses está com disposição para apoiar, faz campanha e já se refila com a Câmara”.
José Leite disse que é imperioso melhorar a oferta e condições dos transportes, cujas falhas “contribuem para isolamento”, invocando também “o direito” da população a “voltar a usufruir da avenida marginal”, que tem sido “reservado para o Festival Dunas”, bem como a melhorar segurança policial e “efetiva presença” de meios de proteção civil, como ambulância.
“Ordenamento do estacionamento e circulação rodoviária, sítios próprios para autocaravanas e limpeza urbana” são outros compromissos de ação do candidato que deseja ver “uma estratégia de promoção turística de Aveiro conjunta com S. Jacinto”, para que “não seja a única praia do concelho de quatro em quatro anos”. Capacitar o pavilhão desportivo como multiusos para atividades comunitárias, criar o “espaço memória” do antigo estaleiro naval e desenvolver o desporto náutico, são outras das propostas da candidatura do PS para a Junta, que defende também “a revisão” do protocolo celebrado com a Câmara aquando do saneamento financeiro, nomeadamente “salvaguardar” o acesso da população aos equipamentos e uma renda mensal para beneficiar a Junta.
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