Tribunal de Aveiro.

O homem acusado de homicídio na forma tentada, por esfaqueamentos durante agressões ocorridas nas festas de Mamodeiro, lugar no sul do concelho de Aveiro, em julho do ano passado, alegou no início do julgamento, esta terça-feira, no Tribunal de Aveiro, que os ferimentos foram causados acidentalmente, quando estava a defender-se de agressões cometidas, alegadamente, pelas supostas vítimas, dois homens (filho e pai), não seus conhecidos e com quem se desentendera por motivos que não soube explicar em concreto.

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Homem acusado de homicídio na forma tentada por esfaqueamentos ocorridos nas festas de Mamodeiro

O arguido, de 38 anos, serralheiro, apresentou, assim, uma versão diferente da acusação, segunda a qual, juntamente com um amigo, que responde por ofensas à integridade física simples, abordou os ofendidos quando deixavam o local de carro, golpeando o mais novo pelas costas com recurso a uma navalha que, segundo disse, tinha retirado de uma máquina de brindes quando esteve durante a tarde num café a beber com amigos, causando-lhe ferimentos graves.

Assumindo que se encontrava embriagado, depois de uma tarde e noite de bebida, o principal acusado disse em resposta à juíza presidente que os ferimentos foram provocados “causalmente” após uma troca de palavras, mas que terá provocado a reação, desde logo do mais novo. Sem explicar exatamente o que terá dito, admitiu que possa ter sido algo entendido como a denegrir a terra dos ofendidos (“a Gafanha”), após terem começado a falar “normalmente” por achar ambos “parecidos”.

“Não gostou, saiu do carro, empurrou-me e agrediu-me. Não me lembro bem, provavelmente pela reação dele deve ter sido provocação. Acho que não disse nada de mal, mas não me recordo. Levei um murro, do pai também, que atirou com um ferro na minha cabeça, era uma chave de rodas em xis. Caí ao chão, depois agrediram-me os dois”, relatou, adiantando que, nessa altura, ripostou. “Estava a sofrer agressões na cabeça e para defender-me como tinha a navalha, abria-a, e acabei por acertar neles, sem querer. Depois vi que tinha sangue nas mãos. Pensava que ia morrer ali e só pensava em fugir”, afirmou o arguido que veio a ser detido pela GNR num campo agrícola próximo, onde se escondera.

Questionado pela juíza presidente sobre se “o problema” não teria sido “por causa de duas raparigas” e provocações dirigidas aos ofendidos impedindo-os de abandonar o largo da capela de carro, o acusado negou, admitindo que tivesse proferido “ameaças de morte quando fugia” do local.

O segundo arguido também secundou a versão do amigo, atribuindo a suposta reação violenta do filho e do pai a uma suposta frase “a descriminar a terra” deles, “que não gostaram” de ouvir. “Acho que foi isso”, disse, alegando que a sua ação foi no sentido de por fim às agressões. “Fiquei no meio daquilo, quis parar e fui empurrado para o chão, partiram-me um pé”, referiu.

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