
Em Sever do Vouga, quebrou-se a confiança entre PSD e CDS que permitiu gerir a Câmara praticamente todo o mandato. Um dos factos políticos e partidários que marca as eleições autárquicas nos 11 concelhos Região de Aveiro, onde o PS não tem qualquer presidência de Câmara.
O acordo pós-eleitoral entre os dois partidos em Sever do Vouga foi ‘rompido’ já com as eleições à vista. Pedro Amadeu Logo, presidente de Câmara, recandidata-se ao segundo mandato tendo, novamente, como adversário Ricardo Silva, vereador do CDS, que esteve ‘a tempo inteiro’ no executivo. O CDS foi determinante com os seus dois eleitos em grande parte do mandato para o PSD (3 eleitos) conseguir governar a Câmara.
O PS, que tem dois eleitos, faz mais tentativa de recuperar a liderança da Câmara que perdeu em 2021, desta vez apresentando a votos Luís Martins.
Os socialistas não têm qualquer presidência de Câmara nos 11 concelhos da Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro (CIRA).
Socialistas divididos em Estarreja
Em Estarreja, o PS estará dividido entre a candidatura do partido, liderada por Manuel Almeida, até agora presidente da Junta de Salreu, que preside também à concelhia local, e Marisa Macedo, vereadora que concorreu há quatro anos à Câmara sem conseguir por fim à maioria PSD-CDS. ‘Desalinhada’ da direção local do partido devido ao processo eleitoral autárquico, a advogada apresenta-se a votos num movimento independente.
Na Murtosa, é novidade também o movimento independente que irá aparecer nos boletins de voto e com Paulo Amorim em primeiro lugar para Câmara.
Já o PS apresenta como cabeça de lista Augusto Leite, filho de Augusto Carlos dos Santos Leite, que foi presidente da Câmara entre 1990 a 1998, os únicos mandatos socialistas num concelho onde o PSD quer continuar em maioria absoluta, mantendo a confiança em Januário Cunha, que passou a ocupar a presidência com a renúncia de Joaquim Batista, em fim de mandato, para assumir a presidência da Águas da Região de Aveiro.
Outros concelhos onde o PS foi poder e onde nunca esteve na presidência
No vizinho concelho de Ovar, o PS volta a tentar regressar à liderança municipal que ocupou entre 1993 e 2013 (Armando França e Manuel Oliveira). O presidente da concelhia do partido, Emanuel Oliveira, assumiu a tarefa de ‘destronar’ o PSD que tem como cabeça de lista Domingos Silva.
A sul, em Ílhavo, o PS esteve no poder camarário durante os mandatos de Humberto Rocha 1994 e 1998. Sónia Fernandes é a aposta em 2025. O PSD apresenta o advogado Rui Dias, com apoio do CDS, para tentar recuperar a Câmara perdida há quatro anos para o independente João Campolargo.
No concelho de Águeda, os socialistas lideraram a Câmara com Gil Nadais entre 2005 e 2017. O partido aposta pela segunda vez em Francisco Vitorino para enfrentar Jorge Almeida, que foi braço direito de Gil Nadais e viu o seu movimento independente ter o apoio do PSD há quatro anos, agora renovado.
Em Aveiro, o PS presidiu à Câmara apenas nos dois mandatos de Alberto Souto (1997-2005), que volta a ser candidato em 2025 após 20 anos de sucessivas maiorias formadas pelo PSD, CDS e PPM.
O PS nunca liderou as Câmaras de Albergaria-A-Velha, Vagos, Oliveira do Bairro e Anadia. Em 2025 apresenta nestes concelhos, respetivamente, Firmino Ruas Mendes, Pedro Neto, Miguel Tomás e Ana Matias.
O CDS tem na Região de Aveiro as Câmaras de Albergaria-A-Velha e Oliveira do Bairro. No primeiro caso, Carlos Coelho procura dar seguimento aos três mandatos de António Loureiro e no segundo Duarte Novo procura completar o ciclo após dois mandatos.
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