As empresas e a oportunidade do Turismo Inclusivo

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Imagem em Facebook.com/TurismoSocorro.
Comercio 780

O Turismo Inclusivo é uma convergência de necessidades, interesses, vontades e competências. De um lado, os empresários que procuram o desenvolvimento do negócio turístico e do outro, as pessoas com deficiência que procuram a ativação dos seus direitos, quer como turistas ou como profissionais do setor.

Por José Manuel Pizarro *

De facto, tem crescido em Portugal o número de empresas que afirmam estar focadas para este segmento de negócio, alegando ter as capacidades e estruturas adaptadas para o fazerem. Temo que a exclusão começa quando os que procuram utilizar a inclusão como fator estratégico de venda esqueçam que as necessidades de cada turista diferem, e que adaptar um lugar a uma cadeira de rodas por exemplo, não torna a empresa inclusiva, torna-a apenas acessível a pessoas com cadeira de rodas.

Que focalizar o seu negócio (também) para o Turismo Inclusivo implica incorporar este conceito na sua plenitude, utilizar processos, ter colaboradores que encontrem as respostas que os turistas deste segmento merecem receber, levando-as a perceber a necessidade urgente de olhar para “todos” os clientes com os mesmos direitos, nas suas diferentes necessidades.

As empresas e a contratação de pessoas com deficiência e outros públicos
Genericamente, a contratação de pessoas com deficiência física e cognitiva, minorias e refugiados, migrantes, pessoas em situação de rua, entre outras, é complicada devido ao estigma existente na sociedade que leva à não contratação de pessoas, ainda que qualificadas, por preconceito e pré-conceito.

Nesse sentido, seria importante por parte das empresas promover a contratação e a integração destas pessoas que podem contribuir para ajudar a colmatar a falta de trabalhadores no setor do turismo em geral, da hotelaria e da restauração em particular, contribuindo em simultâneo e em definitivo para a sua condição de empresas inclusivas.

Esta alteração de paradigma será facilitada pela existência de planos de formação, muito concretamente para jovens que chegam ao fim da escolaridade obrigatória e não encontram propostas para a sua formação específica e/ou continuação de estudos.

De facto, as entidades formativas devem assumir as suas responsabilidades nesta área especifica, na criação inovadora e diferenciada, mas orientada, de propostas formativas, focalizando-se nas verdadeiras necessidades deste mercado específico e criando assim planos de formação que permitam uma maior e mais rápida integração na empresa e na sociedade.

O envolvimento dos diferentes “atores” do setor, desde as entidades de formação nas diversas áreas do Turismo, técnicos e formadores das entidades, empresas – que são, em definitivo, as precursoras do desenvolvimento, ao Estado e a instituições de apoio e à sociedade em geral, que veem no Turismo uma necessidade patente nas suas vidas, é imperativo, e impõe-se não apenas o seu contributo e empenho, mas uma nova visão para uma mudança que terá seguramente impacto na vida de muitos.

* Docente do ISAG – European Business School. Artigo publicado originalmente no site Publituris.

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