Aradas, o microscópio da ética e transparência

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Centro de Aradas, Aveiro (Imagem Google maps).
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Os papagaios da política de flor de jasmim deviam saber que a estratégia da vitimização, da propaganda e da caridadezinha, não é efémera, a política da denuncia assente na verdade credibiliza quem a pratica, menoriza quem a silencia.

Por Francisco Labrincha *

Alguns políticos esquecem que os discursos públicos de tomadas de posse tornam-se vinculativos para o futuro, as responsabilidades não caducam no tempo, não podem mais tarde dar o dito por não dito.

O comportamento antidemocrático que a Presidente de J.F. de Aradas continua a protagonizar não abona a favor das comemorações do 186º aniversário da Freguesia.

Todos os cidadãos de Aradas devem ser tratados do mesmo modo, mas não é isso que acontece.

Foram instaladas sete associações na denominada Casa das Associações, todas de Aveiro, convém relembrar que esta obra foi orçamentada em 10.000 euros e teve um custo final de 20.000 euros, isto a Presidente da J.F. Aradas não explica.

Lamentável é ainda não ter cumprido protocolos reportados a 2021.

A piscina do Carocho, fechada durante todo o Verão está uma selva a céu aberto, a fachada em ruínas da antiga moradia do Conselheiro Queirós está em completo abandono, são as amnésias que perduram no tempo.

Depois de ano após ano a ludibriar os cidadãos de Aradas com promessas não cumpridas em relação ao Centro Cívico, eis que finalmente surge a adjudicação da obra, convém sublinhar que os prejuízos causados nunca serão amenizados.

Ainda há quem tenha memória e se ouvirmos as palavras chave do discurso de tomada de posse em Outubro de 2021 da douta autarca podemos reter o seguinte;

“É necessário ter uma resposta democrática”.

“É nos pedido mais respeito democrático”.

“Respeito pelas instituições, pelas pessoas, pelos cargos”.

“ A política é feita de pessoas para pessoas e na política como na vida não vale tudo”.

“Saibamos respeitar e saibamos ser respeitados”.

Não bate a bota com a perdigota, pela simples razão que a realidade local é o oposto daquilo que se apregoa no calor dos discursos repletos de egos e vaidades.

O silêncio e a política do medo são as armas usadas por aqueles que pretendem deixar cair no esquecimento as alegadas irregularidades, ameaças, défice democrático, censura pública a cidadãos, notificações relativas a processos instaurados e a falta de respeito pela condição humana.

Que democracia é esta quando são retirados comentários e existem dezenas de cidadãos aradenses bloqueados nas redes sociais desta instituição pública?

Que crédito merece alguém quando não responde às perguntas nas Assembleias de Freguesia?

É este o respeito que emana desta instituição?

E ainda querem ser respeitados?

A situação atual das funcionárias da J.F. Aradas são o exemplo de uma flagrante má gestão de conflitos, incapacidade total de gerar consensos, onde predomina a altivez e a arrogância.

Fala-se nos bastidores da sua condição, de especulações que levaram à sua suspensão, volvido quase um ano, entre baixas médicas e as efetivas suspensões ainda não lhes foi apresentada uma nota de culpa.

Pena é que a instituição não tenha coragem e não fale naquilo que originou o problema, a tal notificação recebida pelo Tribunal de Contas.

Lá vem o silêncio, seria bom que a coragem tantas vezes ouvida em campanha emergisse.

No principio de 2022 são colocados em regime de substituição dois funcionários, o irmão do assessor do Presidente da C.M. de Aveiro e Presidente da Concelhia do PSD, individuo que fez também parte da equipa do Censos 2021, o outro, familiar de um elemento da lista de candidatura de Aradas, Juntos por Aveiro.

Iniciou-se um procedimento concursal que continha avaliação de conhecimentos, psicológica e entrevista.

Na altura denunciei publicamente a situação e numa visão de médium profissional vaticinei que as vagas já estavam preenchidas.

A ética e a transparência não se iniciam e acabam no procedimento concursal em si, tudo cai por terra quando os membros do júri são os elementos do Executivo da Junta de Freguesia.

Sobraram os que estavam na lista da minha previsão transcendental e assim a profecia cumpriu-se.

Esta situação nada tem de pessoal, antes salientar que realmente esta política é feita de pessoas para certas pessoas e na política ao contrário do que diz a douta autarca, parece que realmente vale tudo.

Os papagaios da política de flor de jasmim deviam saber que a estratégia da vitimização, da propaganda e da caridadezinha, não é efémera, a política da denuncia assente na verdade credibiliza quem a pratica, menoriza quem a silencia.

Ter uma resposta democrática, é desbloquear os cidadãos e permitir-lhes a opinião a que têm direito.

Se quem preside às instituições não respeita, como quer ser respeitado?

De que matéria tem receio com tanta coragem que apregoa?

Ao dispor da verdade e só da verdade.

* Cidadão da Freguesia de Aradas, concelho de Aveiro.

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