
O mar e o ar são as maiores autoestradas do planeta que não precisam de manutenção nem de pagar portagem. O mar é de longe a via onde o grau de poluição é menor, em função da quantidade de carga e pessoas transportadas.
Por J.J. Rocha Ramos *
A nível mundial, mais de 85% de todas as mercadorias utilizam o transporte marítimo. No nosso país, infelizmente e de acordo com o INE, essa percentagem não atinge os 50%, privilegiando-se incompreensivelmente o transporte por via terrestre com recurso à camionagem “TIR” o que aumenta desmesuradamente a poluição e degrada seriamente as vias rodoviárias.
Acresce que, como já foi referido em artigos anteriores, a poluição gerada pelo transporte marítimo também já está a ser reduzida com recurso à nova geração de eco navios preparados para utilizar combustíveis menos poluentes e/ou combustíveis verdes que já estão a ser utilizados.
De acordo com o estudo publicado recentemente pela Federação Europeia de Transportes e Ambiente, Lisboa é a 6.ª cidade mais poluída da Europa por Dióxido de Enxofre. A origem desta mega poluição tem origem nos Navios de Cruzeiro atracados, nos inúmeros aviões que atravessam constantemente a cidade e no transporte rodoviário nele incluído os já mencionados TIR que carregam os contentores oriundos dos diversos Mini Terminais de Contentores que cercam o Porto de Lisboa.
A nível de veículos pesados, Espanha já criou restrições à sua circulação rodoviária através da Resolução DGT 2025, em locais onde haja alternativas aquáticas para o efeito, que é o que não falta no nosso país.
Transporte vs poluição
Relativamente aos Navios de Cruzeiro que, mesmo atracados, estão permanentemente a emitir muitos megawatts de energia pelos seus geradores, este problema poderá igualmente ser praticamente neutralizado se os navios acostados passarem a ter alimentação elétrica a partir do cais através de uma “High Voltage shore-Side Connetion – HVSC ” como já se usa em muitos portos internacionais para esse fim.
O custo-benefício entre o transporte marítimo e o transporte terrestre é tão grande a favor do marítimo que parece completamente indefensável que ainda se transporte por via terrestre o que, de forma muito mais económica e ecológica, poderia ser desviado para o imenso espelho de água que circunda e atravessa Portugal.
Será que neste caso particular ninguém, no nosso país, se preocupa com o aquecimento global do planeta?!
Centrando este raciocínio no mar português, este axioma é ainda mais incompreensível. A parte continental do nosso país é retangular cujo comprimento é de cerca de 600 km e a largura pouco ultrapassa os 200 km e, além do continente, temos as nossas ilhas o que dá a impressão que todo o país não passa de um arquipélago rodeado de mar por todos os lados ou de uma Jangada de Pedra encalhada como escreveu o nosso nobilizado José Saramago.
Serviço de transporte
Questiona-se: não será devido à incapacidade crónica dos nossos governantes em entender o mar que esse pensamento obtuso me atormenta?!
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