Farol da Barra, Ílhavo (foto partilhada no Facebook do Turismo Centro de Portugal).

O Centro de Portugal tem vindo, há muito, a trilhar um caminho de afirmação enquanto destino de referência no turismo sustentável. Tal não acontece por acaso, mas sim pelas características específicas deste território, que lhe permitem destacar-se numa área cada vez mais determinante para o futuro da atividade turística e da sociedade.

Por Rui Ventura *

Com uma oferta em que a diversificação é o elemento-chave – que inclui património classificado pela UNESCO, áreas naturais intocadas, tradições coletivas ancestrais e, acima de tudo, um turismo pouco ou nada massificado – esta é uma região que reúne todas as condições para ser um destino de futuro. Mas o futuro exige estratégia, ação e compromisso.

É com essa visão em mente que a Turismo Centro de Portugal (TCP) se prepara para dar um novo e determinante passo: avançar com o processo de certificação do Centro de Portugal como destino turístico sustentável, segundo os mais exigentes critérios internacionais de referência, que posicionará a região entre os destinos turísticos mundiais mais comprometidos com as boas práticas sustentáveis.

É com essa visão em mente que a Turismo Centro de Portugal (TCP) se prepara para dar um novo e determinante passo: avançar com o processo de certificação do Centro de Portugal como destino turístico sustentável

No âmbito deste processo, serão envolvidos todos os stakeholders regionais com influência no setor, assim como serão definidos indicadores e metas claras a atingir, que permitam monitorizar o progresso e garantir a certificação. É, sem dúvida, um objetivo ambicioso, mas representa uma evolução natural, que resulta da aposta consistente da TCP na consciencialização para a importância da sustentabilidade ambiental, económica e social do turismo no território.

É neste contexto que importa recordar algum do caminho já percorrido. Entre as iniciativas mais relevantes destaca-se o projeto Centro Sustentável, desenvolvido em articulação com os municípios e comunidades intermunicipais, que permitiu realizar um Diagnóstico de Sustentabilidade da região e elaborar o Plano de Ação para a Sustentabilidade 2023-2030. Este plano identificou fragilidades e oportunidades, traçou um retrato rigoroso das práticas já existentes e propôs uma orientação estratégica de médio e longo prazo, alinhada com os principais quadros de referência internacionais e nacionais: os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, o Pacto Ecológico Europeu, a Estratégia para o Turismo 2027, o Plano Turismo +Sustentável 20-23 e a Visão Estratégica para a Região Centro 2030, entre outros.

A TCP integrou também o grupo de trabalho responsável pela elaboração do Plano de Sustentabilidade para o Turismo 2020-2023, promovido pelo Turismo de Portugal, e desenhou o Referencial Estratégico “Turismo Sustentável Centro 2030”, que enquadra as operações cofinanciadas no âmbito do programa Centro 2030. Este documento estabeleceu como eixos prioritários a estruturação de produtos turísticos sustentáveis, a promoção integrada do destino, a capacitação e inovação, e a monitorização permanente dos resultados.

Entre outras iniciativas, destaca-se ainda o lançamento de um Manual de Requisitos Sustentáveis para Empresas e de um Guia de Boas Práticas Sustentáveis para Turistas, com os quais a TCP pretendeu envolver, de forma ativa, tanto os operadores turísticos como os visitantes na proteção do ambiente e na valorização das comunidades locais.

Acreditamos que os territórios mais resilientes, com forte identidade e capacidade de articulação, estarão na linha da frente das transformações. O Centro de Portugal é, indiscutivelmente, um desses territórios.

Sabemos que os desafios da sustentabilidade são múltiplos: da mitigação dos impactos das alterações climáticas à valorização das comunidades, passando pela redução da sazonalidade da atividade turística e pela transição digital e energética das empresas do setor. Mas acreditamos que os territórios mais resilientes, com forte identidade e capacidade de articulação, estarão na linha da frente das transformações. O Centro de Portugal é, indiscutivelmente, um desses territórios.

A sustentabilidade é, para nós, um instrumento de desenvolvimento e de coesão. É a base para a promoção de produtos turísticos estruturantes, como o turismo ativo, o turismo de natureza ou o enoturismo, valoriza os recursos endógenos, capta turistas mais exigentes e conscientes, atrai investimento responsável e contribui para melhorar a qualidade de vida das populações – que é, afinal, o objetivo último da atividade turística.

Na Turismo Centro de Portugal, acreditamos que o turismo sustentável não é apenas o que causa menos impacto. É, sobretudo, o que deixa mais valor. Valor económico, sim, mas também valor social, cultural e ambiental. Essa é a nossa visão e é por ela que continuaremos a trabalhar.

* Presidente da Comissão Executiva da Entidade Regional de Turismo do Centro de Portugal. Artigo publicado no site Ambitur.

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