
Foi anunciado recentemente um novo projecto autónomo de televisão, vocacionado para a informação, numa multiplataforma focada nas regiões norte, centro e sul e no sector agrícola.
Por Dinis de Abreu *
À primeira vista, a novidade, já aprovada pela entidade reguladora, só pode merecer uma expectativa positiva, tanto por se apresentar como uma alternativa de âmbito regional, como pelo elevado número de postos de trabalho que promete criar.
Depois, surpreende pela ousadia do investimento, numa área dos media já bastante saturada, onde, por isso mesmo, todos se mimetizam, quer nos alinhamentos noticiosos, quer nos formatos adoptados, com fartura de comentadores, que se multiplicam como cogumelos.
Surpreende, ainda, por surgir numa altura em que a publicidade é uma “manta curta” disputada por muitos, com vantagem para as redes sociais e para outras propostas transnacionais que absorvem o “filet mignon” dos grandes anunciantes.
Por isso, trata-se de um investimento de risco, até por coincidir com uma crise alastrada no sector, desde a imprensa em suporte de papel, nacional e regional, até à oferta audiovisual, incluindo a digital que já conheceu dias melhores.
Se o novo projecto vingar, e oxalá que sim – até por não lhe faltar ambição – será uma aposta em contra-corrente, contrastando com a realidade daqueles que lutam pela sobrevivência, alguns já em falência consumada.
A luta, portanto, vai ser renhida, num espaço onde os erros se pagam caro, em liquidez ou em dependências, visíveis à superfície, ou camufladas e subterrâneas.
* Artigo publicado originalmente no site Clube de Imprensa.
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