O presidente da Câmara de Aveiro anunciou hoje que decidiu antecipar de fevereiro para o final deste mês a primeira avaliação da AveiroBus, a operação privada de transportes terrestres e fluviais.
Dessa forma será possível também acelerar mudanças que apenas estariam previstas para março.
Ribau Esteves falava na reunião pública do executivo camarário, esta quarta-feira, a pretexto de um ponto sobre a concessão incluído na ordem de trabalhos.
"Esta operação vai encontrar o bom ponto de equilíbrio, com serviço de acordo com as necessidades dos cidadãos. A perfeição não irá ser nos primeiros dias, mas vai correr bem", garantiu o edil perante cerca de quatro dezenas de utentes dos transportes que aguardavam o período aberto à participação do público para exporem dificuldades sentidas com a entrada em funções do novo operador, que sucedeu à Moveaveiro.
A Câmara admite, desde já, a necessidade da concessionária que entrou em atividade a 1 de janeiro de ajustar paragens, fazer desdobramentos nas linhas mais concorridas e mesmo retomar algumas carreiras ao fim-de-semana em zonas que ficaram demasiado despovadas.
"Mas não vamos voltar a ter horários para andar a transportar motoristas e autocarros, ninguém se chateará com isso", disse.
Segundo Ribau Esteves, foram detectados também "erros" no caderno de encargos por força de situações desconhecidas, nomeadamente "desvios clandestinos", que só foram agora reportados por queixas de utentes que deixaram de beneficiar de transportes.
Nos transportes fluviais, o edil garantiu que não surgiram dificuldades de maior.
Muitas das queixas dos utentes na fase de arranque resultaram, segundo explicou, de problemas "normais" da entrada em funcionamento de um novo operador, que estão a ser corrigidos.
O concessionário já fez ajustes aos horários.
Quanto aos funcionários da Moveaveiro, a Câmara informou que será obrigada a fazer um despedimento coletivo de 12 colaboradores, por extinção do posto de trabalho.
No balanço final, dos 99 funcionários, 70 têm vínculo público ficando a trabalhar em serviços municipais. 17 colaboradores aceitaram integrar a concessionária, que os aceitou como efetivos.
PS revela "espanto" com críticas feitas ao novo modelo de transportes
Manuel Oliveira Sousa, vereador do PS, criticou a maioria PSD-CDS por ter avançado para a concessão "sem realismo", pedindo agora aos utentes "que estão a pagar bilhetes e passes para dizerem o que falta".
"O presidente garantia que ia correr tudo muito bem, acaba por assumir agora, com espanto nosso, que existem problemas. Onde estão os estudos com todas variáveis que levaram a tomar decisões", questionou, exigindo que o serviço seja prestado "com qualidade", especialmente no que toca às escolas.
Poucos autocarros e ligações em número inferior às necessidades
Do público presente na reunião foram apresentados casos concretos de menos autocarros e, por força disso, carreiras que agora são feitas "sobrelotadas". Acontece na ligação Eixo - Aveiro e regresso à freguesia.
De Nariz, as queixas prendem-se com a imposição de saídas "cedísssimas" com deslocações "muito inconvenientes" por Verdemilho e Aradas que acabam também "lotadas".
Ouviram-se também pedidos para maior coordenação com os horários das escolas, já que os alunos estão a chegar atrasados.
(em atualização)